O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) anunciado pelo governo Lula na semana passada melhora as condições de financiamento do setor de infra-estrutura, o que pode provocar redução uma queda nas tarifas do setor elétrico.

A opinião é da conselheira da CCEE(Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), Êlbia Melo, que participou do seminário O impacto do PAC no setor elétrico brasileiro, promovido pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O aumento no prazo para o pagamento dos financiamentos e a maior carência oferecida para o início da quitação dessa dívida, avaliou Êlbia, melhora o fluxo de caixa dos investidores. Da mesma maneira, a suposta redução do custo de investimento em uma usina, estima, deve influenciar o governo a reduzir o teto estabelecido nos leilões de energia para o Megawatt comercializado. “Partindo do conceito que o governo baseia seus cálculos na rentabilidade das empresas é de se esperar que isso aconteça”, comentou.

De acordo com o consultor Rubem Branco, os benefícios do PAC para o financiamento das empresas privadas, apesar de não desonerar os investimentos, reduz os custos com pagamento de juros e impostos em torno de 9%.

“É uma vantagem para o investidor na medida em que aumenta o fluxo de seu caixa exatamente na hora em que ele mais precisa, que é quando a obra está sendo executada e o empreendimento ainda não está rentável”, avaliou.

Já para o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal, Nivalde Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico, se houver a redução do teto nos leilões de energia, o incentivo do PAC não surtirá efeito. “Será o mesmo que trocar seis por meia dúzia, porque reduzirá a rentabilidade das empresas e os empreendimentos não terão tanta atratividade”, avaliou.