Um estudo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado nesta quarta-feira apontou que 10% das famílias com mais rendimentos do país (igual ou maior que R$ 3.875,78) gastam dez vezes mais que os 40% mais pobres (rendimentos de até R$ 758,25).
Em 2003, as famílias mais pobres tinham despesa per capita de aproximadamente R$ 180, ao passo que as mais ricas apresentavam despesa per capita de cerca de R$ 1,8 mil. De acordo com a pesquisa, o setor de habitação respondeu por 35,5% do gasto total das 48,5 milhões de famílias estimadas na POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003), seguido por alimentação (20,75%), transporte (18,44%), assistência à saúde (6,49%) e educação (4,08%).
Diferenças - A despesa média mensal das famílias onde a pessoa de referência era branca foi de R$ 2.262,24, 25% superior à média nacional (R$ 1.794,32). Naquelas onde o chefe era negro, de R$ 1.245,09, e pardo de R$ 1.232,62.
Do ponto de vista da religião, o maior rendimento médio mensal foi encontrado em famílias com pessoa de referência espírita (R$ 3.796), e o menor em evangélicos pentecostais (R$ 1.271). Entre católicos apostólicos romanos, o rendimento correspondia a R$ 1.790,56.
Pela escolaridade, famílias onde os responsáveis tinham 11 ou mais anos de estudo tinham renda mais elevada (R$ 3.796), enquanto que, naquelas com menos de um ano de instrução, ela foi aproximadamente cinco vezes menor (R$ 752). As famílias das áreas urbanas gastaram mais do que as rurais, o que ocorreu para todas as características investigadas.