Política Titulo Repasses
Bolsonaro corta volume de verbas ao Grande ABC

Na comparação com 1º semestre de 2018, governo federal reduz em 10,36% quantia à região

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/07/2019 | 08:33
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Marcos Corrêa/Abr


 O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) reduziu o volume de repasses federais voluntários para o Grande ABC na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2018, último ano de governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Na média da região, o corte foi de 10,36% nos primeiros seis meses.

Entre janeiro e junho de 2018, a gestão Temer transferiu R$ 654,5 milhões para Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Bolsonaro depositou, por sua vez, R$ 586,7 milhões às sete cidades – R$ 67,8 milhões a menos. Os repasses voluntários correspondem aos valores contratados, a exemplo de obras de infraestrutura, saneamento e construção de moradias populares, e não aqueles recursos carimbados.

O município que mais sentiu a queda no montante de verba federal foi Mauá. Ao todo, a redução de repasse atingiu índice de 23,4% – de R$ 107,2 milhões para R$ 82 milhões. Neste período, a cidade vivenciou a pior crise política de sua história, com duas prisões do então prefeito Atila Jacomussi (PSB) e cassação do socialista, com posse para a então vice, Alaíde Damo (MDB).

Na comparação com o governo Dilma Rousseff (PT), o recuo é ainda superior. Em 2015, último ano completo de gestão petista – ela sofreu impeachment em 2016 –, a União repassou R$ 667,5 milhões ao Grande ABC, R$ 80,8 milhões a mais do que agora.

Prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) declarou que desde a gestão Temer a cidade observa ao corte do volume de transferências voluntárias. Segundo o tucano, Bolsonaro adotou a tática de fechar as torneiras para pressionar pela aprovação da reforma da Previdência – cujo texto entra em votação hoje no plenário da Câmara.

“Tive agenda com o ministro da Saúde, o (Luiz Henrique) Mandetta, e estou otimista para um convênio de R$ 25 milhões para equipamentos do futuro Hospital de Urgências que estamos fazendo na cidade. Acredito que após a aprovação da reforma (da Previdência)a relação do governo federal com os municípios vai melhorar”, discorreu Morando. “Vejo como uma estratégia. O Paulo Guedes (ministro da Economia) não vai liberar recursos agora. É estratégia montada para pressionar a aprovação da reforma”, emendou. Em São Bernardo, o corte foi de 2,9% (veja quadro detalhado abaixo)

Chefe de gabinete do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), Bruno Vassari apontou também a crise econômica pela qual o Brasil vive desde 2014 como responsável pelo recuo na quantia de verba federal para a região. “Infelizmente voltamos para o estágio do governo da Dilma (no volume de dinheiro ao Grande ABC). No ano passado, com a eleição presidencial), tivemos esperança, mas a gente vê que até mesmo o Banco Central tem reduzido as expectativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Acredito, porém, que o governo está galgando passos importantes. Só vai atingir sua plenitude com as reformas, primeiro a da Previdência, depois a tributária. Vejo que no segundo semestre (deste ano) a situação deve deslanchar”, declarou Vassari. Em São Caetano, o corte foi de 9,9%




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