Bahia - Na Bahia, onde há a maior concentração de afro-descendentes do país, a palavra de ordem foi “reparação” das injustiças. Milhares de negros se concentraram na capital Salvador, principalmente no Pelourinho, e fizeram uma passeata pelas principais ruas da cidade. Cerca de 250 percussionistas dos blocos afros da Bahia deram o ritmo e o tom da manifestação. Os afro-descendentes homenagearam o líder da resistência negra, Zumbi dos Palmares, e o principal ativista da Revolta da Chibata, João Cândido.
O momento mais emocionante das caminhadas na Bahia foi a passagem pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, construída no século 18, com o dinheiro de "bicos" e o suor das horas vagas dos ex-escravos.
Rio - No Rio de Janeiro, a governadora Benedita da Silva (PT) abriu a cerimônia, alertando à população sobre a luta pela inclusão social e o fim do racismo, da fome e da miséria. No Rio, esta quarta foi feriado nacional, decretado por Benedita.
Lideranças negras fizeram uma apresentação do jongo, o ritmo africano que deu origem ao samba, logo no início da manhã, em frente ao monumento em homenagem a Zumbi, na praça Onze, região central do Rio.
Em Duque de Caxias, houve a inauguração de uma estátua em homenagem ao líder de resistência à escravidão.
O grupo Cidade Negra se apresentou no centro. Outros shows foram realizados nas zonas Norte, Sul e Oeste do Rio.
São Paulo - Na capital paulista, aconteceu nesta quarta-feira uma Festa da Raça Negra, na Casa de Cultura de M´boi-Mirim.
Às 19h30, começou uma palestra com o reitor da Faculdade de Technikon Nort-West, na África do Sul, Itumeleng Mosala, sobre a África do Sul pós-apartheid. O apartheid foi um sistema de segregação na África do Sul, no qual o racismo era institucionalizado pelo governo.
Houve ainda a apresentação de um filme, uma peça de teatro e a leitura de textos que estudam a trajetória do negro no tempo da escravidão.
A Prefeitura de São Paulo realiza atividades em todo este mês, em comemoração à consciência negra. Mais informações, acesse: prefeitura de São Paulo .
Amapá - No Macapá, uma missa foi realizada para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra. A chamada Missa dos Quilombos já tem quatro anos de tradição e mescla o ato católico com as tradições de afro-descendentes, como o batuque e o candomblé.
As comunidades negras do Macapá fizeram ainda um Encontro dos Tambores, onde cantaram e dançaram ao som dos ritmos afro.
Segundo o presidente da União dos Negros do Amapá (UNA), José Maria Teixeira, o dia marca uma história de sofrimento e luta, antigamente contra a escravidão e hoje contra o racismo.
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