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Jurista Evandro Lins e Silva é enterrado no Rio
Do Diário OnLine
17/12/2002 | 18:50
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O jurista e acadêmico Evandro Lins e Silva, 90 anos, morreu às 5h45 desta terça-feira em decorrência de traumatismo craniano. Ele estava internado no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, desde quinta-feira passada. O corpo do jurista foi velado na Academia Brasileira de Letras, na qual ocupava a cadeira de número um. O enterro ocorreu no mausoléu da entidade, no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Lins e Silva era ministro do Supremo Tribunal Federal aposentado compulsoriamente pela ditadura militar em 1969. Foi correspondente da ONU no Brasil para matéria penal e penitenciária, procurador geral da República e chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, no governo João Goulart, entre 1961 e 1963. Foi também ministro das Relações Exteriores.

O criminalista sofreu um traumatismo craniano após cair e bater a cabeça no aeroporto Santos Dumont quanto tomava um táxi. Ele desembarcava de um vôo proveniente de Brasília, onde foi nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para o Conselho da República.

Logo após o acidente, foi levado ao hospital Souza Aguiar, onde foi submetido a uma cirurgia. Depois da operação, foi transferido para a clínica particular por meio de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel.

Os últimos boletins médicos divulgados pelo hospital alertaram a gravidade do estado de saúde de Lins e Silva. No sábado, uma tomografia computadorizada de seu crânio já apontava piora no quadro neurológico, com o surgimento de novos pontos de hemorragia no cérebro.

Lins e Silva era considerado um dos maiores criminalistas brasileiros do século. Recentemente, participou do abaixo-assinado Advogados com Lula e recebeu o agradecimento do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições.

Casado por 43 anos com Maria Luísa Konder Lins e Silva, que morreu em 1984, o advogado deixa quatro filhos, 11 netos e dois bisnetos.

O prefeito César Maia decretou luto oficial de três dias no Rio de Janeiro pela morte de Lins e Silva. A governadora Benedita da Silva fez o mesmo em todo o Estado. Além disso, foi determinado que a Secretaria municipal das Culturas do Rio escolha um logradouro público na cidade que receberá o nome do jurista.




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