Autuada por maus tratos - crime com pena prevista de dois meses a um ano -, Adriana confessou que batia em Vicente, mas negou ter espancado o menino. "Eu só batia para que ele comesse, nao tinha intençao de machucá-lo", disse. "Ele era muito magro e chegou a engordar desde que comecei a obrigá-lo a comer." Na fita, Adriana aparece alimentando o bebê, que se recusa a comer. Durante quinze minutos, ela dá vários tapas no rosto da criança e bate, com as maos abertas, em suas orelhas, um golpe conhecido como "telefone".
De acordo com o delegado Rubens Campos, da 24ª Delegacia Policial (Piedade), o fato de a agressao ter sido feita contra um menor agrava a situaçao da babá, que nao foi mantida presa porque nao houve flagrante. Sem saber que havia sido flagrada pela câmera, Adriana saiu de sua casa em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, por volta das 6h00, em direçao à casa dos patroes, onde trabalhava há dois meses. Ela foi detida por policiais e encaminhada à delegacia.
Muito nervosa, Meire contou que Vicente vinha tendo um comportamento estranho havia quinze dias. "Ele chorava muito quando nós saímos para trabalhar e ele sentia que teria de ficar com a babá", disse. "De repente, ficou agressivo, dando socos e mordidas nos coleguinhas. "Meire contou ainda que a babá havia sido recomendada por um casal de amigos.
O promotor da Infância e da Juventude Astério Pereira dos Santos, que conversou com Meire e seu marido, Ediranir Souza, disse que Adriana poderá ser enquadrada por crime de tortura, com base na Lei 9.455. A pena varia de dois a oito anos de prisao.
O bebê será submetido a exame de corpo e delito. "Mesmo que nao haja marcas, o vídeo comprova que a criança sofreu violência e constrangimento", afirmou Santos.
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