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Inglaterra é acusada de conivência em roubo de relíquias
Do Diário do Grande ABC
12/06/2000 | 18:03
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Especialistas do mercado mundial de arte reunidos nesta segunda-feira em Londres acusaram o governo inglês de ser "cúmplice de roubos e prejuízos causados ao patrimônio mundial" porque o país se nega a aderir as convençoes internacionais sobre o tráfico ilegal de obras de arte.

"Hoje a importaçao de antigüidades saqueadas nao é objeto de qualquer restriçao na Inglaterra", disse o arqueólogo Lord Renfrew of Kaimsthorn. "Nao há qualquer forma de impedir as casas de leiloes e os antiquários que vendam mercadorias roubadas", acrescentou.

Os especialistas acusaram o governo inglês de fazer vista grossa para o comércio que participa do saque do patrimônio mundial, num informe difundido nesta segunda-feira, entitulado 'O roubo da História'.

O informe dá numerosos exemplos de tráfico e depredaçoes, como a de centenas de Budas perto de Angkor Wat (Camboja) mutilados desde 1975. Esculturas e terracotas sao diariamente roubados de Angkor, que compreendia a maior coleçao do mundo de arte khemer e que diminui progressivamente.

O templo de Banteay Chmar (Camboja) também estaria em ruínas depois do roubo massivo de terracotas.

Especialistas do Conselho Nacional de Museus e da Associaçao Britânica de Museus pediram que Londres ratifique convençoes internacionais. Entre elas, a da Unesco (1970) sobre comércio de obras de arte obtidas e exportadas ilegalmente.

Um dos oradores do encontro, o jornalista Tony Robinson, disse que "a Inglaterra é cúmplice de roubos e prejuízos ao patrimônio mundial".

O informe também poe na berlinda algumas casas de leilao e antiquários, como por exemplo operaçoes realizadas pela Sotheby's na Itália.

Entre dezembro de 83 e dezembro de 86, os traficantes italianos teriam repassado para a Sotheby's 248 objetos de procedência fraudulenta por mais de US$ 1 milhao.

Durante os leiloes desta casa, até dezembro de 1987, sobre 360 lotes, a origem de 101 deles seria fraudulenta.

O tráfico ilegal de obras de arte no mundo representaria entre US$ 240 milhoes e US$ 3,2 bilhoes anuais, segundo o informe.




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