A Câmara Regional do Grande ABC ignorou solenemente a ausência do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na última reunião do Conselho Deliberativo, do qual o governador é presidente. Sem Alckmin - substituído pelo secretário-adjunto de Recursos Hídricos, Antônio Risek Maluf -, a reunião seguiu apoiada na presença do ministro Olívio Dutra e do diretor do Departamento de Política do Ensino Superior do Ministério da Educação, Godofredo de Oliveira Neto. No evento, houve o lançamento da revista "Câmara do ABC", com 39 páginas em cores e um balanço otimista da atuação da entidade, lastreado em indicadores econômicos e sociais.
A ausência de Alckmin, explicada pela sobreposição de compromissos, coroa a dificuldade de relacionamento entre o governo estadual e a Câmara Regional. A maior parte dos acordos assinados entre o Palácio dos Bandeirantes e a Câmara desde 1997 ainda está na gaveta. Santista, Alckmin esteve domingo à tarde em São José do Rio Preto para assistir à vitória de seu time. Apreciador de futebol, o governador participaria nesta segunda à noite de um jogo contra o time da Assembléia Legislativa, no Pacaembu. Mas - coincidência - o governador não pôde participar do encontro da Câmara Regional porque no mesmo horário liderava um encontro com seu secretariado no Palácio dos Bandeirantes.
Como cabem em eventos festivos, a maioria dos convidados decidiu evocar o trabalho realizado pela Câmara Regional. Palavras críticas mesmo foram poucas. Fazendo referência à obra de saneamento visitada pelo ministro Olívio Dutra, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, destacou que antes do governo Lula isso não existia. "A região contribui de forma decisiva para o desenvolvimento do país e do Estado de São Paulo", lembrou, para cobrar a contrapartida dos demais níveis de governo. "Somos ricos, mas com muitas desigualdades. Precisamos de contrapartidas do Estado e da União." O deputado estadual Mário Reali (PT), de Diadema, lembrou a necessidade urgente de regulamentação dos consórcios, cujo esforço de realização chegou ao limite dentro dos padrões atuais. Com pressa para o próximo compromisso, em Vitória (ES), o ministro Olívio Dutra sacou um discurso recheado de obviedades.
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