Também são acusados no relatório o ex-superintendente do Instituto de Previdência do Município (Iprem) Bertoldo Salum, o ex-secretário de Finanças José Antonio de Freitas e o ex-coordenador da Dívida Pública, Wagner Ramos.

Segundo o relator da comissão, Milton Leite (PMDB), houve irregularidades nos empréstimos concedidos pelo Iprem à prefeitura — de R$ 1,020 bilhão em valores atualizados — e na não emissão de títulos para pagamentos de precatórios (dívidas resultantes de sentenças judiciais). Leite apurou que não foram pagos R$ 607 milhões de precatórios em 1996, último ano da administração de Maluf, com base em dados confirmados pelo auditor do Tribunal de Contas do Município (TCM), Carlos Hugo Ybars,.

Os envolvidos, de acordo com o relator, cometeram “atos de improbidade administrativa, com a ação conjunta e organizada entre servidores da administração e membros do poder Executivo, inclusive o chefe supremo, o ex-prefeito Paulo Maluf", afirma o vereador em seu relatório.

O auditor disse em depoimento que, em 1995, a prefeitura arrecadou R$ 947 milhões com a emissão de títulos e pagou R$ 147 milhões em precatórios no mesmo período. Em 1996, foram pagos R$ 119 milhões em precatórios, mas o saldo no caixa do município era de R$ 74 milhões, sendo que deveria estar em R$ 681 milhões.

O relatório final deverá ser encaminhado ao Ministério Público e à polícia para investigação das irregularidades.