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Assassino disse que menino era ‘boneco de Judas’
09/02/2007 | 22:41
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“Isso é um boneco de Judas”, teria falado Diego Nascimento Silva para uma testemunha, enquanto o menino João Hélio Fernandes era arrastado até a morte. A frase foi dita no momento em que, após a perseguição, a testemunha emparelhou o carro com o Corsa roubado pelos criminosos e perguntou o que era aquilo. A testemunha depôs sexta-feira na 30ª Delegacia de Polícia, em Marechal Hermes, no Rio. Ela reconheceu Diego como um dos autores do crime.

À polícia, Diego alegou que não sabia sobre o menino preso ao carro. Sobre as testemunhas que tentaram fazer com que parasse o Corsa, disse ter pensado que se tratava de perseguição pelo roubo. Ele afirmou que está arrependido.

O pai de Diego, Kerginaldo Marinho da Silva, 35 anos, ajudou a localizar o filho, quando os policiais foram à sua casa após uma denúncia anônima. “Ele fez isso porque gosta de mim e quer meu bem”, disse Diego sobre o gesto do pai.

Kerginaldo, que trabalha como porteiro em uma escola, disse não estar arrependido de ter entregado o filho. “Procurei ajudar a Justiça. Ninguém aceita uma coisa dessas. Nunca compactuei com crimes bárbaros”, disse.

O porteiro contou que a casa da família, em Cascadura, foi apedrejada e chorou ao falar sobre as ameaças que vem sofrendo desde o dia do crime. “Só peço que deixem meus familiares em paz. Um erro não pode ser pago com outro.”

Segundo o pai, Diego mudou de conduta em 2006, ao romper um namoro e começar a usar drogas, roubar carros e ficar dias fora de casa. “Ele perdeu peso. Os vizinhos falavam que estava fazendo besteira, mas eu conversava e nada.” A mãe de Diego fugiu de casa quando ele tinha 2 anos e nunca mais fez contato. O pai o criou e teve duas filhas com a segunda mulher. Preocupado por Diego ter deixado de estudar, ele voltou a estudar no mesmo colégio do filho, para estimulá-lo. Mas Diego abandonou os estudos.

A PM prendeu sexta-feira Carlos Roberto da Silva, 21 anos, o Carlinhos Sem Pescoço. Ele é suspeito de ser o quinto integrante da quadrilha acusada do assassinato. Estão presos também o menor E., 16 anos, Carlos Eduardo Toledo e Tiago Abreu Mattos.



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