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PF pede reforços para despejo de índios no MS
19/01/2004 | 23:15
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  O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Wantuir Jacini, solicitou reforço à direção do órgão, em Brasília, para garantir o despejo de 3,2 mil índios caiovás-guaranis, que desde 18 de dezembro do ano passado ocupam 14 fazendas nos municípios de Iguatemi e Japorã, no Sul do Estado. Segundo a PF, foram solicitados 400 agentes e 2 helicópteros.

O prazo dado pelo juiz federal Odilon de Oliveira para que os índios desocupem os 9,6 mil hectares invadidos termina nesta terça. O governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, disse que o Estado vai apoiar a Polícia Federal na operação de reintegração de posse e já determinou à Polícia Militar que fique em estado de alerta. “A luta das comunidades indígenas é legítima, mas não nesse caso, através de invasão”, disse o governador.

Os índios ainda aguardam decisão favorável do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região – São Paulo. O grupo não permite a entrada de fazendeiros nas propriedades e promete “resistir até a morte”.

O procurador da República em Dourados, Ramiro Rockenback da Silva, entrou nesta segunda com cinco recursos no TRF da 3ª Região, em São Paulo, pedindo a suspensão da liminar concedida pelo juiz federal Odilon de Oliveira — que determina a reintegração de posse em fazendas invadidas. Rockenback alega ter documentos que comprovam que toda a área de 9,4 mil hectares é formada por terras indígenas.

Roraima – Os órgãos de inteligência do governo, incluindo as Forças Armadas, alertam, em relatórios encaminhados ao Palácio do Planalto, para o risco que a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol em terras contínuas poderá trazer para a segurança nacional.

De acordo com os relatórios, a demarcação em Roraima poderá causar “prejuízos para a segurança do país, para o desenvolvimento da região, além do risco de grave conflito” entre os que defendem e os que são contrários à reserva.

“É um absurdo porque há gerações de brasileiros que foram criados ali e não se pode, simplesmente, extinguir dois municípios”, declarou o general Luiz Lessa, presidente do Clube Militar e ex-comandante Militar da Amazônia.

Dois pelotões do Exército, em Pacaraima e Uiramutã, estão instalados na área da Raposa Serra do Sol. A manutenção das tropas está garantida por dois decretos de 2002, mesmo se a demarcação for feita de forma contínua. Pelos decretos, tanto as Forças Armadas quanto a Polícia Federal têm “liberdade de trânsito” em terras tradicionalmente ocupadas por índios.




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