A declaraçao do premiê libanês, Salim Hoss, - estabelecendo um paralelo entre seu país e a França ocupada pela Alemanha nazista e pedindo a Paris a renovaçao de seu tradicional apoio ao Líbano - sao um reflexo deste sentimento. ``Esperamos que a França, país amigo e com o qual mantemos laços históricos, renove seu apoio à nossa causa e ao nosso direito legítimo à resistência e à libertaçao', manifestou Hoss, em um comunicado.

``Nao acredito que a posiçao de Jospin represente a do povo francês, que conhece o alcance exato da palavra 'resistência'', declarou o diretor do jornal An Nahar, Gebran Tueni. ``Também nao acredito que essas opinioes sejam compartilhadas pelo presidente neogaulista Jacques Chirac, filho espiritual do chefe da resistência francesa contra a Alemanha', acrescentou.

Como vem testemunhando a imprensa, poucos libaneses consideram atos terroristas os ataques contra soldados que ocupam um país estrangeiro, violando assim uma resoluçao da ONU.

``A bomba Jospin'. O título irônico do único jornal de língua francesa libanês, L'Orient-Le Jour, é revelador. O Hezbollah se uniu às críticas contra Jospin e considerou suas declaraçoes ``agressivas', ``racistas' e contrárias aos ``princípios e interesses' da França no Oriente Médio.

``A posiçao de Jospin coloca a França em contradiçao com seus interesses no Líbano e no mundo árabe, e em contradiçao com sua tentativa de que a política árabe considere o papel francês independente do americano' afirmou, em um comunicado, o Partido Integrista Xiita.

``A França condena os ataques do Hezbollah e todos os ataques terroristas contra soldados ou, eventualmente, civis israelenses', afirmou Jospin, em seu segundo dia de visita a Israel. O primeiro-ministro francês rechaçou o termo ``resistência' para as açoes do Hezbollah.