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Setor de máquinas caiu 1,9% em 2006
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
09/02/2007 | 22:34
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O mercado de máquinas e equipamentos confirmou projeções feitas em dezembro e encerrou 2006 com queda em seus principais indicadores. O mais importante deles, o faturamento, caiu de R$ 55,862 bilhões em 2005 para R$ 54,821 bilhões (recuo de 1,9%), segundo a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

A entidade credita o péssimo resultado do setor em 2006 ao câmbio, que tirou a competitividade do produto nacional tanto no mercado interno como no externo. Prova disso é que as importações de máquinas e equipamentos cresceram 15,9% no ano passado, ao saltarem de US$ 8,49 bilhões para US$ 9,844 bilhões. Como resultado, a participação de máquinas importadas no consumo nacional subiu de 37,6% para 39%.

No sentido contrário, as exportações subiram 12,4%, para US$ 9,656 bilhões, ante US$ 8,588 bilhões no ano anterior. A entidade adverte que a expansão só aconteceu porque a indústria atendeu aos pedidos feitos anteriormente e, assim, preservou mercados conquistados a duras penas, mesmo que com prejuízo.

“Os resultados, ainda positivos, refletem os esforços do fabricante brasileiro de um produto de difícil penetração e exposição no exterior, que mantém espaço duramente obtido no mercado internacional”, afirmou o presidente da Abimaq, Newton de Mello. Ele destacou que as vendas externas mantêm ritmo decrescente desde o início de 2005.

O real sobrevalorizado também derrubou o consumo aparente, que é a produção interna acrescida das importações, menos as exportações. Dos R$ 55,612 bilhões apurados em 2005, o montante caiu para R$ 55,26 bilhões no ano passado (-0,6%). Para a entidade, isso ocorre porque as indústrias deixaram de investir na produção, principalmente as de bens de consumo. “Ninguém se arrisca a fazer investimentos, porque a produção local está sendo substituída por importados, em especial nos setores calçadista e têxtil”, sublinhou Mello.

Outros dois indicadores também comprovam que a indústria de máquinas e equipamentos andou para trás em 2006. O nível de utilização da capacidade instalada recuou de 81,07% em 2005 para 80,28% no ano seguinte, enquanto a ocupação caiu 2%, com a redução de 212,2 mil para 207,9 mil no contingente de trabalhadores.

Para o presidente da Abimaq, uma das causas da baixa cotação do dólar é a isenção do pagamento de Imposto de Renda sobre os ganhos de investidores estrangeiros em títulos públicos, implementada no início de 2006. “Essa medida trouxe resultados saudáveis para o Tesouro, pois permitiu o alongamento da dívida, mas representou um processo inequívoco de desindustrialização para o país, com reflexos sobre o emprego”, ressaltou.



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