Uma quadrilha invadiu o escritório do Banco Central em Fortaleza (CE), localizado na Avenida Duque de Caxias, e levou R$ 156 milhões durante o final de semana. O assalto — que seria o maior já registrado no Brasil — foi descoberto apenas nesta segunda-feira.

De acordo com a Polícia Federal, um grupo de seis a dez homens alugou uma casa nas proximidades do escritório e cavou um túnel de cerca de 80 metros e 70 centímetros de espessura até o cofre do BC. Nenhum alarme foi disparado. Além disso, não há imagens do roubo nas câmeras de segurança do banco.

Por meio de nota, o Banco Central confirmou que o piso do cofre foi arrombado e que os ladrões "violaram cinco contêineres onde eram guardadas cédulas de R$ 50, recolhidas dos bancos para análise do estado de conservação". A nota informa ainda que o cofre foi fechado às 18h da última sexta-feira, "como ocorre em todos os finais de semana", e reaberto apenas nesta segunda, quando o roubo foi descoberto.

A polícia deve ter dificuldades para encontrar os assaltantes e o dinheiro, já que as notas não estavam em série.

Esquema - Na casa alugada há três meses os ladrões montaram uma "empresa" de paisagismo, a Grama Sintética, que tinha até uma van com a logomarca. Segundo os vizinhos – a maioria de lojas comerciais – um homem de cerca de 30 anos, que parecia ser o gerente, apresentava-se como Paulo.

A casa alugada tem dois quartos nos fundos. Num deles, começou a escavação do túnel. Um aparelho de ar condicionado jogava o ar frio para dentro do túnel, aberto sob o quintal do vizinho de fundos, o prédio anexo da Bolsa de Valores Regional que está em reforma desde junho. Neste local, o pedreiro Raimundo Maciel de Oliveira disse ter surpreendido um homem observando por cima do muro, logo no início da obra.

Em nota, a Polícia Federal informou que o túnel cavado era revestido de madeira e lona plástica, com iluminação elétrica.