O racha entre o presidente da Câmara, Gerson Constantino (PSD), e o comandante do diretório municipal do partido, Koiti Takaki (PSD), ficou evidente durante a sessão legislativa de ontem. E o clima entre os pessedistas só tem a piorar.

Koiti é segundo secretário da Casa e senta ao lado de Gerson para ler os requerimentos dos parlamentares. Ontem quem assumiu essa função foi o terceiro secretário, Jorge Luis de Moraes, o Jorginho da Autoescola (DEM).

O segundo secretário ficou durante toda sessão conversando com os colegas e andando pelo plenário. Por diversos momentos, o presidente se mostrou incomodado e chegou a cochichar para Edison Savietto, o Banha (PDT), que chamaria a atenção do colega - o que acabou não acontecendo.

Gerson afirmou que Koiti não comunicou o motivo do afastamento, mas não acredita que a atitude seja a prova da briga interna. "Não sei o porquê de ele não sentar ao meu lado. A conversa foi entre eles e não pelo presidente. Não creio que ele partiria para esse lado", ponderou.

A gota d'água para a divisão no diretório ocorreu no sábado, quando Saulo Benevides (PMDB), pré-candidato ao Paço, e Koiti, presidente do PSD em Ribeirão, foram conversar com Gilberto Kassab, líder pessedista nacional e prefeito da Capital. A intenção era segurar a legenda no arco de alianças peemedebista.

Gerson não foi convidado para o encontro e ficou sabendo da agenda por intermédio de um pré-candidato a vereador e integrante do diretório municipal, que foi chamado por Koiti para ir até o local.

O presidente da Câmara não escondeu que está incomodado com sua situação dentro do grupo. "Todo mundo me acha bonito e de olhos azuis, menos a coligação que apoio", lamentou o pessedista. O comandante do Legislativo afirmou que no sábado se sentiu "excluído", mas que ainda não se sente traído pelo grupo.

Com os olhos marejados, Gerson admitiu que tem medo de ficar fora da Câmara caso o partido fique com Saulo. "Sigo a decisão partidária. Fico com dignidade. Eu não me curvo. Até que eu fique fora, mas fico com dignidade", declarou.

Os problemas no PSD começaram depois que a executiva estadual começou a articular apoio à pré-candidata ao Paço pelo PT, Maria Inês Soares. O cenário atual coloca as duas legendas como parceiras, pois faltam poucos detalhes para definir a aliança.

A vice da petista é a principal reivindicação dos pessedistas. O nome indicado pelo articulador do PSD na Região Metropolitana, José Police Neto (PSD), é o de Gerson. Saulo e Koiti não gostaram da história e, nos bastidores, acusam o líder da Câmara de flertar com o PT e articular para que a sigla fique com Maria Inês.

Koiti foi procurado pela equipe do Diário, mas não quis se manifestar sobre o assunto.

A sessão legislativa de ontem aprovou projeto de lei que reduz a meta a ser obtida pelos fiscais da Prefeitura para receberem gratificação.