Economia Titulo Comércio exterior
Exportações da região
apresentam queda de 5%

Quando comparados com ano passado, números refletem
perda de competitividade no Exterior, aponta diretor do Ciesp

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
18/04/2012 | 07:30
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As exportações do Grande ABC somaram, no primeiro trimestre, US$ 1,5 bilhão, o que significou queda de 5,84% em relação ao obtido pelas empresas com as vendas ao Exterior no mesmo período de 2011.

Os números, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, refletem as condições desvantajosas para a competição dos produtos manufaturados brasileiros lá fora (custos elevados com tributos, juros e insumos, e câmbio valorizado, por exemplo) e a demanda retraída em outros mercados, citam representantes da indústria e economistas.

Em termos percentuais, as maiores retrações ocorreram em Mauá e em São Caetano, em que o faturamento com encomendas a outros países diminuiu, respectivamente, 26,4% e 23,8%. "Estamos em uma crise não só no Brasil, mas no mundo", afirma William Pesinato, vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano.

O dirigente assinala ainda que, com os custos elevados, fica difícil enfrentar a concorrência de produtos chineses e indianos, por exemplo. Pesinato, que é empresário do ramo de artigos hospitalares, cita que enquanto produtores da Alemanha fazem determinado item do seu segmento por 38 euros, o mesmo produto brasileiro no mercado alemão sai por 15 euros e o da China, por menos da metade (6 euros). "Não dá para competir, é complicado", diz.

Pesinato cita que, mesmo com seguidas quedas da taxa básica de juros por parte do Banco Central, as empresas, de forma geral, não sentem melhora no custo do crédito. "Não chega ao spread (que é diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta final, do consumidor e das empresas)". E ele acrescenta que o câmbio segue valorizado, outro fator que retira a competitividade da indústria nacional. "O ideal seria o dólar entre R$ 2 e R$ 2,20", avalia.

DESDE 2009 - No primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2009 - auge do impacto da crise financeira global -, as exportações do Grande ABC mostram crescimento de 68%, observa o professor Francisco Funcia, coordenador do curso de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). Pela mesma comparação, as importações cresceram ainda mais, 72%.

A melhora das vendas ao Exterior nesses quatro anos reflete a própria recuperação da economia brasileira e ocorreu apesar da taxa cambial desfavorável. Entretanto, as compras de produtos do Exterior se mostraram mais vigorosas.

 

Comissão do Senado aprova fim da ‘guerra dos portos'

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou na tarde de ontem a Resolução 72, que acaba com a chamada "guerra dos portos". A matéria segue agora para votação no plenário da Casa. Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), comemorou a votação. "É uma medida a favor do Brasil, que protege os empregos dos brasileiros", afirmou. A Resolução 72 visa combater mecanismos de concessão de incentivos fiscais a produtos importados por meio de descontos no ICMS, adotados por pelo menos dez Estados. "A unificação da alíquota em 4% é a melhor proposta para o Brasil, pois reduz a margem para a concessão do incentivo fiscal nas operações interestaduais com importados", disse Skaf.

O empresário Roberto Barth, que integra o CDIB (Comitê de Defesa da Indústria Brasileira), disse que foi "mais um passo à frente" para corrigir distorção que gera perdas de empregos. Por sua vez, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, destacou que a proposta foi aprovada graças à pressão exercida pelos trabalhadores. "Vamos continuar nossa luta até a votação no Plenário", afirmou o sindicalista.




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