Alan García, que deixou a presidência peruana há 16 anos atrás, quando dirigiu a economia em meio a uma selvagem guerrilha, terá uma segunda chance a partir desta sexta-feira, quando inicia seu mandato, segundo a rede CNN.

O novo presidente do Peru usou suas habilidades políticas para desbancar Ollanta Humala, nacionalista que prometeu reformas radicais para combater a pobreza. Agora, para assegurar uma estabilidade política no país, García precisa agir para conquistar a maioria de índios e mestiços que votaram maciçamente em Humala.

García é visto como um suposto contraponto ao presidente esquerdista da Venezuela Hugo Chaves, em relação ao apoio aos Estados Unidos. Ambos trocaram insultos na campanha eleitoral, quando Chaves apoiou Humala.

Nas semanas depois de sua eleição, em junho, García visitou os presidentes do Brasil, Chile, Colômbia e Equador, com o objetivo de formar uma corrente contra a crescente influência de Chaves na região da América Latina. Exceto ao líder conservador colombiano Álvaro Uribe, todos não são extremistas e são a favor de políticas direitistas, diferentemente do radical venezuelano.

“O governo do Chile, juntamente com Peru e Brasil, é uma alternativa para o modelo de controle de governo que a Venezuela procura impor”, afirmou García durante uma visita à presidente chilena Michelle Bachelet em junho.

No Peru, García enfrentará uma batalha com a população do sul do país. Nessa região, Humala obteve mais de 70% dos votos. Já Garcia tem apoio nas áreas urbanas do Peru.

“Alan García não é um homem bom. Ele é a favor dos ricos”, disse à CNN Apolinar Apaza Huillca, 35 anos, fazendeiro.

Para resolver esse impasse, García pretende investir mais de US$ 400 milhões em programas rurais e em construção de estradas, além de programas de saúde pública. Outra proposta do novo presidente é a redução do salário de funcionários do alto escalão do governo.

O líder social-democrata Alan García prestou juramento nesta sexta-feira como novo presidente do Peru para o período 2006 a 2011, em cerimônia realizada no Congresso, na presença de nove presidentes latino-americanos.

García pronunciou o juramento ante à presidente do Congresso, Mercedes Cabanillas, e depois colocou a faixa presidencial que o converte em sucessor de Alejandro Toledo.