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Promotores encontram objetos de tortura na Febem de Parelheiros
Do Diário On Line
30/04/2002 | 15:29
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Depois de ouvir denúncias de adolescentes, promotores de Justiça encontraram em uma sala instrumentos que seriam usados em sessões de tortura da Febem de Parelheiros, em São Paulo. Em um fundo falso de uma escrivaninha havia um cassetete de metal, duas barras de madeira, um "espancador" feito com o bico de um extintor de incêndio e uma corrente grossa de ferro.

De acordo com o promotor da Vara da Criança e da Juventude de São Paulo Ebenezer Salgado, que participou da visita na unidade da Febem, foram ouvidos de cinco a sete depoimentos “harmônicos” de adolescentes que estão em celas diferentes. Todos descreveram as sessões de tortura. Os menores teriam sido agredidos nos dias 15 de março e 14 de abril.

Em uma nota oficial, a Fundação para o Bem Estar do Menor informa que já foi instaurada uma sindicância para analisar as denúncias e seis funcionários já foram afastados. Porém, a instituição não descarta que os objetos teriam sido plantados por um funcionário que discorda da política educativa da Febem.

A nota da Febem diz ainda que as armas foram apreendidas na noite anterior à visita dos promotores. O departamento jurídico da fundação estaria, no momento da visita da promotoria, indo à unidade buscar os equipamentos de tortura para levá-los à polícia, onde seria registrado um boletim de ocorrência.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, já afirmou que a unidade deve ser desativada até o dia 15 de julho. No entanto, o Salgado afirmou que esse é o terceiro prezado dado pelo governo para desativar o centro. Em princípio, os menores seriam transferidos até abril de 2001 e, depois, até janeiro deste ano.

O sindicato dos funcionários da Febem alega que a direção da unidade Parelheiros persegue os agentes que não concordam com sua linha de atuação.

A unidade Parelheiros era um presídio e foi adaptado para receber os menores da rebelião que destruiu a Febem Imigrantes, há dois anos.




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