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Prazo para filiação termina em 19 dias
Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
18/09/2011 | 07:30
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Políticos que querem participar da eleição de 2012 e ainda não encontraram partido para lançar suas candidaturas precisam correr contra o tempo. Faltam apenas 19 dias para o encerramento do prazo determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral para filiações e trocas partidárias, que se encerra dia 7.

A data é tida como divisor de águas da campanha eleitoral. Muitos esperam até as definições dos quadros partidários para intensificarem negociações de alianças para o pleito, já que é depois de outubro que a capacidade eleitoral de cada legenda pode ser dimensionada.

Segundo dados da Justiça Eleitoral, existem 13.880.058 eleitores filiados no Brasil e, portanto, aptos a se candidatar. Caso queiram deixar suas atuais bases, precisam assinar registro de desfiliação e dar entrada na papelada para garantir a transferência partidária. Precavidas, algumas legendas delimitam ingressos de filiados até o dia 30 de setembro, uma semana antes do prazo derradeiro.

No Grande ABC, muitos estão à espreita da definição dos quadros. O jogo de xadrez eleitoral, embora já tenha começado, ganha corpo com análise clara de musculatura partidária. Siglas antes descartadas em alianças majoritárias, por exemplo, podem ser reintegradas caso consigam agregar nomes importantes para o processo.

Articulações - Em Santo André, o prefeito, Aidan Ravin (PTB), tenta estender sua chapa de vereadores e coligação, com intuito de garantir a reeleição. PSDB, PT e PDT - principais rivais do petebista - articulam contraofensiva para impedir o plano.

Com coalizão bem encaminhada, o chefe do Executivo de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não tem sido o centro da atenções. A possível aliança PSDB/PPS é a tônica no início do processo.

São Caetano vive expectativa da indicação do prefeito, José Auricchio Júnior (PTB), para seu sucessor. O petebista garantiu que o escolhido sairá do PTB, que comporta grande parte dos postulantes ao cargo.

Em Diadema e Mauá a expectativa é sobre a confirmação da movimentação política desenhada meses atrás. Lauro Michels negocia com o PV sua pré-candidatura a prefeito de Diadema e Irmão Ozelito se filia nesta semana no PTB para entrar na disputa pelo Paço de Mauá.

Em Ribeirão Pires, as trocas partidárias podem pesar na escolha do prefeito, Clóvis Volpi (PV), para tocar o projeto de governo a partir de 2012. Com o candidato à sucessão escolhido, o gestor de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB), só aguarda definição do PTB para sacramentar o vice de Gabriel Maranhão.

Novas legendas sofrem para conseguirem registros

A lei de infidelidade partidária barrou mudanças de legendas se o político possui cargo eletivo, mas deixou brecha caso os candidatos queiram abandonar suas atuais siglas: se filiarem em partidos recém-fundados. Só que as quatro legendas que deram entrada no Tribunal Superior Eleitoral para homologação estão sofrendo para serem avalizadas oficialmente.

O PSD está na mira do Ministério Público Eleitoral, que exigiu novos documentos antes de referendar sua criação.

O Partido Democrático Vida Social teve registro negado por falta de cumprimento legal nas etapas de formação partidária, como ser aprovado em pelo menos nove Tribunais Regionais Eleitorais.

Já o Partido da Pátria Livre ganhou dez dias para apresentar ao TSE homologação em mais quatro estados para ser oficialmente criado.

O Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do Brasil ingressou com pedido de criação no TSE, porém não cumpriu requisitos legais, De acordo com o MPE, os integrantes do PSPB não formalizaram constituição civil perante cartório no Distrito Federal.

Reforma política ainda segue travada, afirma William Dib 

Sem acordo para valer para 2012, a reforma política corre risco até de ser validada para 2014. O deputado federal William Dib (PSDB), vice-presidente da comissão especial sobre o tema, afirma que a Câmara está longe de consenso para avançar a discussão.

Segundo o tucano, individualmente os pontos são debatidos e alguns até recebem a simpatia da maioria dos congressistas. A dificuldade está na junção de todos os artigos. "Muitos aceitam discutir um item, mas outros enxergam que esse item acordado não pode ser aprovado sem debatermos outros", revela.

As partes mais polêmicas envolvem o financiamento público de campanha, a extinção das coligações proporcionais e a alteração no sistema de votação. O primeiro assunto recebeu aval da maioria dos deputados, mas segue travado porque parlamentares avaliam que não é possível ter financiamento público de campanha nos moldes eleitorais atuais.

Os outros dois pontos ainda semeiam discórdia no Congresso. Muitos sustentam o fim da coligação proporcional. A proposta apresentada é a verticalização dos partidos, ou seja, as legendas teriam de manter compromissos firmados no Governo Federal em todas as esferas de poder.

Na região, 23 vereadores pensam em trocar de sigla

Dos 108 vereadores da região 23 sinalizam trocas partidárias. A cidade campeã de alterações é Mauá, com cinco.

Cincinato Freire (do PSDC para o PDT), Edgard Grecco (do PDT para o PMDB), Alberto Betão Pereira Justino (do PSB para o PTdoB), Irmão Ozelito (do PSB para o PTB) e Atila Jacomussi (do PV para o PPS), já têm trocas acordadas.

Em Santo André, Ailton Lima deixou o PDT e deve migrar no PTB. Sem espaço no DEM, Pinheirinho estuda convite de siglas, assim como Alemão do Cruzado (PSL).

Em São Bernardo. Miranda da Fé e Pastor Ivanildo estão próximos de deixarem PPS e PSB, e acertarem com o PTB. Mauro Miaguti e Fábio Landi (ambos do DEM) receberam convites do PSD.

Pré-candidato à Prefeitura de São Caetano, Paulo Pinheiro pode sair do PTB e ir ao PMDB. Joel Fontes (do PMDB para o PSD) é outra aposta.

Em Diadema, o cenário é turbulento. Lauro Michels e Márcio da Farmácia foram expulsos do PSDB e devem se filiar no PV. Talabi Fahel (ex-PSC) acertou com o PR. Edmilson Cruz ensaia trocar o PRB pelo PMDB.

Em Ribeirão, Koiti Takaki, Geson Constantino e Zé Nelson vão para o PSD. Em Rio Grande, Marilza Oliveira (PSDB) negocia com o PTB.




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