Cantora de Diadema, Ana Cacimba lança música amanhã em apresentação no Teatro Clara Nunes
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A cantora e compositora Ana Cacimba, 29 anos, sobe amanhã, às 20h, ao palco do Teatro Clara Nunes, em Diadema. E ela não faz o show sozinha. Leva consigo toda sua ancestralidade para também lançar, o single Todas de Mim, que dá nome à apresentação.
O show, embalado por ritmos como coco, ciranda e maracatu, celebra a poética da cultura popular afro-ameríndia, destaca um discurso político engajado e conecta forças femininas ao redor de suas inúmeras lutas e atos diários de resistência. “O show ele traz essa carga poética desses ritmos, só que desta vez com novidades: guitarras, os beats eletrônicos, que vieram para somar e trazer um pouco de psicodelia para esta nova fase.” O single Todas de Mim marca essa mudança, já que está toda mixada, e fica disponível hoje em todas as plataformas digitais.
No repertório também estão canções como Vento de Oyá, Delicadeza e Filha de Pemba, que prometem colocar o público para dançar. Para as execuções ao vivo, artista será acompanhada por DJ Preto EL, Gil Capistrano (voz e percussão), Wanderson Mendonça (voz e guitarra) e Tomtom (baixo).
Ana Cacimba nasceu e foi criada em Diadema. Começou a vida artística aos 12 anos, no teatro. Aos 16 foi chamada pela música, universo no qual sempre esteve a sua família. “A minha família é quilombola, do Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais). Toda essa carga cultural do canto feminino vem com a minha avó, que era parteira, lavadeira e benzedeira. Ela cantava no rio, nos acalantos para o bebê, que chegava e rimava os versos para benzer e ajudar nas curas. Isso foi passando para as mulheres da minha família. Minha tia canta, a minha mãe benze e o canto também passou para mim”, lembra Ana, que ganhou o mesmo nome da avó.
Ana, no entanto, demorou para entender a sua vocação musical. Cantava em bandas de garagem. “Até que 2015 comecei a pesquisar mais a fundo os cantos da minha família, fui atrás de entender o que é o canto feminino, o que eles querem passar e dentro dessa pesquisa fui descobrindo os ritmos percussivos, fui estudar os cantos do Sudeste e do Nordeste também”, lembra. Daí descobriu o movimento mangue beat – que nasceu em 1991 em Recife e mistura ritmos regionais, como o maracatu, com rock, hip hop, funk norte-americano e música eletrônica. “Me apaixonei por isso. Juntei com o ritmo tradicional e fui me redescobrir como artista. Essa poética da cultura popular passou a permear todo meu trabalho.”
Hoje, além dos shows, Ana também criou o Projeto Minas de Resistência, em que dá aulas de percussão para mulheres da periferia, semanalmente, na Praça da Moça. “O mais legal da gente aprender é ensinar. Tudo que sei gosto de passar para frente, por isso as ajudo a passar por essa vivência da percussão”, finaliza.
Todas em Mim – Música. No Teatro Clara Nunes – Rua Graciosa, 300. Amanhã, às 20h. Ingressos: R$ 10 (R$ 5 meia-entrada).
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