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Câmbio flutuante é o melhor para emergentes, diz Mussa
Do Diário do Grande ABC
14/04/2000 | 14:35
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O diretor do Departamento de Pesquisas do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michael Mussa, disse nesta sexta-feira que o regime de câmbio flutuante é a melhor opçao para países emergentes que têm intenso contato com o mercado financeiro global. A maior flexibilidade do regime flutuante permite ajustes à volatilidade desses mercados.

"O importante é que o câmbio flutue de verdade e que o mercado tenha garantia disso", disse Mussa, refutando o uso do câmbio para sustentar políticas internas ou externas. Ao mesmo tempo, ele advertiu que, regimes flutuantes, nao oferecem garantias implícitas a investidores. Os governos, segundo ele, nao sairao em socorro de empresários que fizerem um mal julgamento para a tomada de decisoes.

Ao ser indagado sobre a Argentina, que mantém o câmbio fixo, Mussa disse que o país tem políticas fortes que sustentam esse regime. Ele citou especificamente a política monetária que é voltada para sustentar o câmbio. "Sem uma política forte e com instituiçoes fracas, que foi exatamente o que aconteceu na Asia, o câmbio fixo pode provocar um verdadeiro desastre", afirmou Mussa, em entrevista coletiva.

Segundo Mussa, o Brasil teria optado pelo câmbio flutuante, depois de ter trabalhado com o sistema de bandas entre julho de 94 e janeiro de 99, por nao ter uma combinaçao de políticas que dessem sustentaçao à primeira escolha.

Para a maioria dos países em desenvolvimento, ponderou o diretor do FMI, nao há necessidade de adoçao de um câmbio flutuante, já que esses países têm reduzido contato com o mercado global. A China foi um exemplo citado, por Mussa.

Uniao monetária - O diretor do Departamento de Pesquisas do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michael Mussa, ao ser indagado sobre a viabilidade de uma uniao monetária no Mercosul que reduzisse o impacto de políticas de um país em outro, como foi o caso do Brasil e Argentina em 99, disse nao ter uma conclusao sobre o assunto. "As vezes, os vizinhos ajudam. As vezes, atrapalham", afirmou.

Segundo ele, se a Argentina foi prejudicada pela desvalorizaçao do real em 99, ganhou, em contrapartida, em 94, quando da adoçao do real que ajudou os argentinos que viviam a crise da tequila. A desvalorizaçao do real foi, considerada por ele, uma "situaçao especial".

Mussa citou dois exemplos diferentes para ponderar que nao há uma experiência ideal. Enquanto a Uniao Européia tem moeda única, os Estados Unidos e Canadá tem livre comércio, com moedas própria, que funciona bem.




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