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Estado recorrerá à União por Metrô

Após aceno do secretário nacional de Mobilidade, Palácio dos Bandeirantes vai pleitear recursos do Orçamento Geral da União para a Linha 18

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
07/06/2019 | 08:00
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DGABC


Um dia após o secretário nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos, Jean Carlo Pejo, afirmar que o governo federal está à disposição do Executivo estadual para discutir uma solução que possa tirar do papel a Linha 18-Bronze do Metrô no Grande ABC, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, responsável pelo projeto, afirmou que pretende solicitar ao governo federal recursos do OGU (Orçamento Geral da União) para a execução da obra.

A Linha 18-Bronze está licitada desde 2014, mas a construção do monotrilho ainda não foi iniciada. O governo do Estado de São Paulo não obteve aval para empréstimo internacional que custeasse as desapropriações, estimadas em R$ 600 milhões, e o decreto de utilidade pública das áreas caducou no fim do ano passado. Desde março, o Palácio dos Bandeirantes criou grupo para avaliar a viabilidade financeira do projeto e a necessidade de trocar o modal. A alternativa ao monotrilho seria o BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus).

Em coletiva de imprensa após reunião com prefeitos e representantes das sete cidades, realizada na tarde da última quarta-feira na sede do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Pejo foi questionado sobre a possibilidade de o governo federal aportar os R$ 600 milhões para a garantia da obra. Em resposta, ele afirmou que a União vai “ouvir as necessidades que o governo do Estado tem e avaliar a melhor solução” para o cidadão e a sociedade. “De nossa parte, estamos abertos. Existe relacionamento excelente entre os governos do Estado e federal e tenho certeza de que a solução que será apresentada (para a construção do ramal na região) será a melhor possível”, afirmou.

Por meio de nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos informou que estuda alternativas para ampliar a oferta de transporte para o Grande ABC. “Sabendo da disposição do governo federal, o Estado vai rapidamente procurar a Secretaria Nacional de Mobilidade para pleitear recursos do Orçamento Geral da União”, relatou.

O comunicado estadual justifica, ainda, que diante do fato de que a gestão anterior do governo – sob comando de Geraldo Alckmin (PSDB) até o ano passado, em uma sequência de 25 anos de gestões tucanas – não deixou recursos no orçamento para a Linha 18-Bronze, a participação da União é importante para viabilizar o projeto. “O Estado de São Paulo não pode contratar empréstimo para a Linha 18 ou outra operação porque já atingiu seu limite de endividamento para o ano de 2019. Esse limite é imposto pela Secretaria do Tesouro Nacional, do próprio governo federal”, concluiu a nota.

A Linha 18-Bronze foi projetada para ter 13 paradas, ligando a Estação Tamanduateí, da Linha 2-Verde do Metrô, ao Centro de São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André. O projeto prevê a construção de sete quilômetros de ciclovias, ao longo do traçado do monotrilho. A expectativa é que sejam transportados até 314 mil passageiros por dia. O projeto do monotrilho prevê integração com 74% do sistema de transporte municipal da região.

O grande desejo é o monotrilho, diz Morando

Prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) classificou o Metrô como melhor alternativa para a Linha 18-Bronze e disse que o Estado será obrigado a indenizar o município se o projeto original vier a ser alterado. Foi a primeira vez que o tucano falou publicamente sobre o tema depois que o governador João Doria, do mesmo partido, aventou a possibilidade de instalar o BRT, sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus.

“Já está comprovado que o transporte coletivo sobre pneus está saturado. Tudo que for ônibus está saturado. O Metrô e os monotrilhos são sim, indiscutivelmente, as melhores alternativas”, declarou Morando em entrevista, quarta-feira à noite, ao programa Ligado no Matarazzo, apresentado por Andrea e Claudia Matarazzo na Rádio Capital.

Morando reconheceu que o governador “está sintonizado” com a demanda da região, mas disse que a falta de verba é o principal empecilho para a implantação do Metrô, obra licitada em 2014. Ele associou a paralisação do projeto à instabilidade financeira deflagrada por presidente petista. “Quando montou-se o caminho para a busca dos empréstimos, tudo pronto, a Dilma Rousseff mergulhou o País na maior crise econômica da história.”

O são-bernardense lembrou ainda de entrave para substituição do projeto original. “O grande desejo é o monotrilho. Isso aí é o mais óbvio, o mais claro. Até porque, se tiver uma mudança e não for o monotrilho, São Bernardo precisa ser indenizada porque o projeto funcional foi pago pela Prefeitura”, disse Morando. O tucano não revelou valores, mas estima-se que passem de R$ 1 milhão.  




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