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TRW fechará linha em Mauá em abril
Regiane Soares
Do Diário do Grande ABC
25/01/2003 | 20:19
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A fábrica de autopeças TRW Automotive anunciou a desativação da linha de produção de cintos de segurança no Brasil. Na fábrica de Mauá, onde são produzidos 50 mil conjuntos do equipamento por mês, a medida vai resultar na demissão de 185 dos 220 funcionários – o restante seria transferido para outras linhas. Em assembléia realizada sábado, os trabalhadores rejeitaram benefícios oferecidos pela empresa, como cinco salários extras, e decidiram entrar em greve até que haja uma nova proposta.

Segundo o diretor geral da unidade de Mauá, Antônio Bento, a decisão da empresa está relacionada apenas à produção de cintos de segurança, que representa menos de 5% dos negócios no país. A desativação está prevista para abril, quando vencem os contratos com a General Motors do Brasil e a Fiat, principais clientes da TRW. Porém, não afetará as demais linhas de produção da companhia no Brasil, como caixas de câmbio e suspensão.

A TRW alegou problemas estruturais envolvendo preços de mercado, custos e investimentos que levaram a linha de cintos de segurança a apresentar resultados negativos. “Esses fatores, associados à decisão dos principais clientes de não adquirir mais o equipamento, inviabilizaram a continuidade da produção”, diz nota oficial da empresa.

Na proposta apresentada pela TRW aos trabalhadores, os demitidos teriam mais cinco meses de salário, além do aviso prévio, seis meses de assistência médica e cesta básica. A empresa também confirmou o remanejamento de 35 funcionários para outras unidades.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino, o Martinha, acredita que a empresa pode oferecer mais benefícios aos empregados. “Ainda é pouco. Temos de fechar uma proposta de interesse dos trabalhadores”, afirmou. Ele disse que a categoria vai reivindicar o aproveitamentos de mais funcionários em outras unidades e um curso de requalificação e reciclagem, para que os funcionários possam ter mais chances de retornar ao mercado de trabalho.

Segundo Martinha, a empresa tem interesse em continuar a produção, pelo menos até abril, porque já assumiu compromisso de entregar os equipamentos às montadoras. O sindicalista disse ainda que a greve atingiu apenas o segundo turno de trabalho de sábado (das 12h às 18h) e que a produção poderá retornar ao normal nesta segunda-feira, após reunião com a direção da empresa. Neste domingo, não há expediente na fábrica.

O diretor disse que a empresa está disposta a negociar e encontrar a melhor solução para os funcionários. Segundo Bento, além do auxílio financeiro, a TRW prepara um plano para indicar os funcionários demitidos para outras empresas. “A previsão de fechamento da fábrica é para abril, mas já apresentamos nossa situação aos trabalhadores de forma transparente. Não vamos fazer uma promessa que não poderemos cumprir”, afirmou.




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