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Ex-deputado mineiro admite participação em fraudes
13/04/2010 | 08:04
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Condenado em primeira instância por envolvimento com a Máfia dos Sanguessugas, o vereador e ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB) confessou a participação no esquema criminoso por meio de uma carta de ‘desabafo' postada em seu blog. Após ser internado com fortes dores abdominais, o vereador da Câmara Municipal de Belo Horizonte publicou em sua página eletrônica um longo texto intitulado "Pensei que fosse morrer de tanta dor", no qual afirma em letras garrafais que errou e permitiu que a corrupção invadisse sua alma.

"A máfia das ambulâncias foi um dos piores momentos da minha vida política; um momento de muita crueldade com a minha família. Não culpo ninguém, a culpa foi exclusivamente minha. Mas me negaram o direito de mostrar o meu lado da história. Eu errei, eu permiti que a corrupção e o erro invadisse (sic) minha alma", disse o ex-deputado, que é evangélico.

Em agosto do ano passado, a 7ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte condenou Cabo Júlio a devolver a quantia de R$ 143 mil "indevidamente acrescida ao seu patrimônio" e a pagar multa correspondente a três vezes o valor. A decisão judicial, segundo o MPF (Ministério Público Federal) foi a primeira vitória em Minas contra a Máfia dos Sanguessugas - esquema de fraudes em licitações e apropriação de dinheiro público na compra de ambulâncias e de equipamentos hospitalares.

O ex-deputado também foi denunciado pelo MPF em outra ação referente ao esquema, na qual nove ex-prefeitos de oito municípios do Norte de Minas foram acusados formalmente.

Cabo Júlio questiona o fato de ter sido o único já condenado entre os 84 parlamentares investigados por participação nos desvios de recursos. "Paguei e continuarei pagando um preço muito caro pelo meu erro imperdoável. Mesmo tendo 84 deputados investigados, fui o único a ser condenado em primeira instância. Apesar de recorrer, será que sou pior do que todos os outros 83?", perguntou. "Não fui e não sou inocente. Deus sabe que não sou. Mas também não errei o tanto que me acusaram de errar."

No encerramento da carta, Cabo Júlio agradece aos assessores por respeitarem sua vontade e permitirem que a mensagem fosse publicada na íntegra. A assessoria do vereador informou que ele permanecia em repouso por recomendação médica e não atenderia à imprensa.




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