Muricy Ramalho faz hoje o décimo jogo pelo Palmeiras. Nas nove rodadas anteriores, o torcedor assistiu a nove formações diferentes. Contra o Vitória, às 16h, no Barradão, em Salvador, o técnico terá novamente de mudar a equipe: não vai contar com os machucados Pierre e Maurício Ramos e o suspenso Diego Souza.

Para manter a liderança, o Palmeiras terá de superar uma daquelas rodadas que Muricy considera ruim: enquanto seu time joga fora de casa, os principais concorrentes (Internacional e São Paulo) atuam em seus estádios. "Para ser campeão tem de ganhar fora", declarou.

Além de jogar em campo desconhecido e de encarar o calor baiano, o Palmeiras tem de enfrentar seus próprios problemas. Na sexta-feira, o treinador reclamou que não tem substituto à altura de Diego Souza - Sandro irá substituí-lo hoje. Para Muricy, o título só aparece para a equipe que conta com mais de 11 bons titulares. "O fundamental é o plantel, não o time", afirmou.

Muricy não repetiu formação desde que assumiu o Palmeiras. Por isso, já deu chance para quase todos os jogadores do elenco. No total, 24 atletas entraram em campo. Poucos ainda não ganharam oportunidade, como os jovens Anselmo e Felipe e o chileno Figueroa, que não estreou.

O técnico gosta de inovar. No São Paulo, elogiava quando os jogadores mostravam versatilidade e atuavam em várias posições. No Palmeiras, não faz diferente. Diego Souza, apesar de ter dito várias vezes que prefere jogar como meia, já foi adiantado no ataque. Marcão também fez função de zagueiro e lateral-esquerdo. Edmílson é outro que pode atuar como volante ou zagueiro - sua função hoje.

Assim que chegou ao Palestra Itália, Muricy avisou que esperava mais contratações. Até agora dois atacantes chegaram: Vágner Love e Robert, que dificilmente terá chance. O meia Edno, da Portuguesa, segue nos planos da diretoria.

No Vitória, os desfalques do técnico Vágner Mancini são o zagueiro Anderson Martins, que se recupera de torção no tornozelo, e o volante Magal, expulso na última partida. Em seus lugares devem entrar os reservas imediatos: Wallace, na zaga, e Carlos Alberto, no meio.

Toninho Cecílio destaca boa fase

Lucas Tieppo
Especial para o Diário

Em entrevista exclusiva ao Diário, o gerente de futebol do Palmeiras, Toninho Cecílio, destacou na quarta-feira o bom momento da equipe, líder do Brasileiro.

"Vivemos o melhor momento de um projeto que começou em 2007. O trabalho está fluindo muito bem", afirmou o dirigente. "O ano de 2007 foi muito difícil, por ser o primeiro, mas ainda fomos bem. Em 2008, conquistamos o título paulista e a vaga para a Copa Libertadores e agora temos uma boa equipe."

O gerente de futebol destacou outras mudanças promovidas no clube. "Crescemos muito na estrutura, agora com academia. Temos um time para dois anos", avisou.

Para Cecílio, o Palmeiras terá dois jogos importantes em sequência - além do Vitória, hoje, encara o Cruzeiro, na próxima rodada (dia 23), também fora de casa.

"É importante ter consistência em todos os jogos. E o time também atua bem como visitante. A vitória é bem-vinda, mas se conquistarmos quatro pontos nos dois jogos, considerarei bons resultados", disse.

O dirigente acredita que o time pode crescer mais com o técnico Muricy Ramalho. "Acho que a equipe já tem a cara dele: calculista, fria e muito unida. Acredito que ele ainda vai tirar mais do grupo com as semanas cheias de treinos, como temos agora", analisou.

Cecílio comentou a ausência do volante Pierre, que deve ficar pelo menos três meses afastado dos gramados devido à lesão no tornozelo esquerdo. "Será uma ausência muito importante. O Pierre é o maior ladrão de bolas do País. Mas o próprio elenco pode cumprir a função; o Jumar e o Souza, por exemplo", salientou o gerente, que admitiu a possibilidade de mais contratações para o elenco, com a chegada de um meia canhoto.

O dirigente citou os principais rivais do Palmeiras na briga pelo título. "Inter e São Paulo em um primeiro patamar; e Corinthians, Atlético-MG e Goiás em um segundo." (Supervisão Angelo Verotti)