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Santo André busca revitalização econômica
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
23/02/2002 | 17:57
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A secretária de desenvolvimento econômico de Santo André, Nádia Somekh, mostrou um plano de ação para dar novo rumo à economia da cidade – a mais atingida pelo processo de estagnação da atividade industrial verificado nos últimos 15 anos. O plano tem seis metas e envolve 55 ações que devem virar realidade até 2005. Até agora, as 28 mais simples estão em andamento.

A plataforma de idéias estabelece ações que vão desde a redução dos custos físicos de produção na cidade até a legalização e organização da economia informal para aumentar arrecadação e o nível de emprego. O passo mais recente nesta tarefa foi a abertura, nesta semana, das inscrições de empresas ou profissionais interessados em participar da incubadora de empresas de alta tecnologia.

O conjunto de idéias apresentado pela área de desenvolvimento econômico faz parte de um projeto mais amplo, batizado pela Prefeitura de Cidade Futuro. Em muitas casos, a execução está conectada ao trabalho desenvolvido em outras áreas da administração, como a de inclusão social e de educação.

O ex-prefeito Celso Daniel coordenava pessoalmente as ações referentes ao desempenho econômico. Nádia divide desde o ano passado a responsabilidade do comando do programa com um representante da iniciativa privada, o diretor de assuntos corporativos da Bridgestone-Firestone, José Batista Gusmão. Ela disse que a tarefa ficou mais difícil depois da morte do prefeito, principal articulador do projeto.

Santo André quer acompanhar a trajetória de São Bernardo na recuperação de sua economia. A pesquisa de serviços realizada no ano passado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC mostrou que as empresas de tecnologia criadas para atender a tradicional indústria de São Bernardo são as principais responsáveis por novos investimentos e crescimento da economia local.

“Em Santo André, estamos preocupados com estes serviços novos que podem ser localizados no eixo Tamanduateí, que pode se transformar em um ponto de equilíbrio para a atividade econômica local.” Nádia afirmou que os primeiros indícios de que a idéia pode dar certo já começam a aparecer. Ela foi procurada por empresas que instalam e administram sistemas de fibras óticas e redes de telecomunicações, interessadas em se estabelecer em Santo André.

Ela afirmou que o programa foi feito sob a consciência de que as decisões de investimento estão muito distantes do alcance municipal, assim como o ritmo da atividade das empresas é fortemente influenciado por fatores externos, macroeconômicos. “Sabemos das limitações, mas queremos fazer crescimento endógeno, de dentro para fora.”

O programa tem metas ambiciosas, como a resolução do custo da água industrial que depende do andamento de projetos como o do coletor tronco ou a revisão da planta genérica de Santo André para rever os custos ligados à ocupação de espaço na cidade.

Nádia afirmou que é possível contribuir com o desenvolvimento da cidade também com idéias simples como oferecer informações úteis para a tomada de decisões por meio de um banco de dados estatísticos ou fazer a intermediação de contatos entre empresas.

A cidade deverá ter uma câmara de desenvolvimento específica, batizada pelos empresários de Rede de Desenvolvimento Sustentável de Santo André. Nádia afirmou que a Câmara não vai concorrer com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC ou com a Câmara Regional. De acordo com ela, será uma entidade de economia mista, flexível, responsável pela criação e execução das ações específicas de desenvolvimento dentro da cidade.




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