A audiência preliminar sobre o incêndio no supermercado Ycua Bolaños, que resultou em 400 mortes, no dia 1º de agosto de 2004, começou nesta segunda-feira em meio à forte pressão de centenas de familiares que se manifestaram em frente à sede do Tribunal.

Os principais acusados, os proprietários Pío Paiva e seu filho Daniel Paiva, se declararam inocentes do crime de "homicídio doloso e lesão grave", que pode acarretar em uma punição de até 25 anos de prisão. Os familiares dos mortos e sobreviventes exigem a pena máxima. Eles sustentam que os Paiva ordenaram os guardas a fechar as portas do supermercado para que ninguém saísse sem pagar, no momento de um grande incêndio que, em menos de meia hora, consumiu o local, cheio de gente, ao meio-dia de um domingo.

Centenas de parentes e sobreviventes se reuniram em frente ao ginásio polidesportivo do clube Sol de América gritando frases hostis contra os Paiva. Eles pediam também a inclusão no julgamento do prefeito de Assunção, Enrique Riera, e de outros altos funcionários municipais.

Esses últimos são acusados de terem permitido o funcionamento do supermercado Ycua Bolaños sem reunir os requisitos de segurança necessários.