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Ex-presidente do Banpará diz que não era responsável por cheques
Do Diário OnLine
04/09/2001 | 17:38
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O ex-presidente do Banco Estadual do Pará (Banpará) Nelson Ribeiro negou ter sido o responsável pela emissão de oito cheques administrativos do banco cujos valores foram parar em contas do então governador Jader Barbalho e pessoas ligadas a ele. Ribeiro, ouvido nesta terça-feira, em Belém, pelo corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (PFL-SP), afirmou que a responsabilidade pela emissão dos cheques administrativos seria do ex-diretor de administração e finanças do banco Hamilton Guedes.

Ribeiro afirmou ainda que Guedes autorizou a emissão dos cheques administrativos sem ter a devida autonomia para fazê-lo. O ex-presidente do Banpará disse que abriu uma sindicância interna para apurar o esquema paralelo de empréstimos e emissões de cheques administrativos, liderado por Guedes. Ribeiro disse a Tuma que demitiu o então gerente ao constatar um rombo na casa de R$ 14 milhões na instituição (em valores atualizados).

Depois de demitido do Banpará, Guedes ainda conseguiu eleger-se deputado pelo PMDB paraense – com a ajuda do amigo Jader Barbalho.

Nelson Ribeiro assumiu a presidência do Banpará a convite de Jader Barbalho, então governador do Pará e hoje senador pelo PMDB paraense, presidente licenciado do Congresso. Ribeiro presidiu a instituição entre 1984 e 1986, época em que foram constatados desvios de recursos do banco estadual.

Tuma, que faz parte da subcomissão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado escalada para apurar o envolvimento de Jader Barbalho no escândalo Banpará, pretendia ouvir mais envolvidos nesta terça-feira. Um dos depoimentos seria o de Hamilton Guedes. Mas o ex-gerente da instituição negou-se a prestar esclarecimento. Ele pode ser intimado a comparecer na quarta-feira à Polícia Federal em Belém para depor.

O ex-chefe do Departamento Financeiro do Banpará Jamil Xaud também deveria ser ouvido nesta terça-feira por Tuma. Ele é apontado pelo ex-gerente do Banpará Marcílio Guerreiro de Figueiredo (ouvido na segunda-feira) como responsável pelos pedidos de emissão dos cheques administrativos localizado nas contas de Jader e seus aliados. Xuad apontou problemas de saúde para não comparecer ao depoimento.

Tuma disse que a subcomissão já tem indícios suficientes para pedir a abertura do processo de cassação do mandato de Jader por quebra do decoro parlamentar. O corregedor do Senado pode estender sua estadia em Belém para aprofundar mais as diligências e ouvir mais envolvidos no escândalo de desvio.




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