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À espera do Copom, juro recua com percepção de melhora na articulação do governo
08/05/2019 | 18:09
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Num ambiente mais tranquilo no exterior, a quarta-feira, 8, de decisão sobre a Selic foi de alívio nos prêmios na curva de juros doméstica, mais expressivo na ponta longa, refletindo a percepção de melhora na articulação política do governo com o Congresso, a partir das recentes negociações para aprovação das Medidas Provisórias que vencem no início de junho. Quanto ao Copom desta quarta, era grande a expectativa pelo comunicado sobre como serão tratadas questões como fraqueza da atividade, das pressões inflacionárias e do cenário para as reformas. No entanto, nada mudou na expectativa do mercado de manutenção da taxa básica em 6,50%, confirmada nesta noite.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a etapa regular em 6,430%, de 6,445% na terça no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 7,042% para 7,00%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou a 8,10%, de 8,182%, e a do DI para janeiro de 2025, de 8,702% para 8,61%.

Um dos grandes eventos do dia, a audiência pública do ministro da Economia, Paulo Guedes, na comissão especial da Câmara que vai analisar a reforma da Previdência, acabou sendo apenas monitorado, sem impacto nos preços.

Na política, o que mexeu com as taxas foram as negociações em torno das MPs, consideradas uma prévia do que será a batalha da Previdência. A percepção é de que o governo, que teve muitas dificuldades em tratar com os deputados do Centrão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), agora está indo bem. A decisão de dividir o Ministério do Desenvolvimento Regional em dois, recriando as pastas de Cidades e Integração Nacional, foi muito bem recebida. Outro sinal de que a articulação está evoluindo foi a aprovação da MP do Saneamento numa comissão mista do Congresso. "O governo está dando a máquina também para o Congresso, o que é algo republicano. As MPs é que vão mostrar, de fato, os placares que o governo tem ou não tem", disse o estrategista da BGC Liquidez, Juliano Ferreira Neto.

Na política monetária, o comunicado da decisão do Copom era o centro das atenções, dado que não havia expectativa de mudança no patamar da taxa. Segundo a Quantitas Asset, a curva a termo desta quarta precificava 97% de possibilidade de manutenção da Selic e 3% de chance de alta de 0,25 ponto-base.

O mercado aguarda para ver como estará o balanço de riscos para a inflação, diante dos recentes dados ruins da atividade, que provocaram uma série de revisões em baixa para o PIB.




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