De acordo com o Wall Street Journal, que cita documento da companhia para a Securities and Exchange Comission (SEC), a unidade Medco da Merck, que administra programas de descontos para empresas e companhias de planos de saúde, incluiu como parte de sua receita o pagamento de pacientes a farmácias, apesar da Medco não ter recebido esses recursos. Entre 1999 e 2001, esses co-pagamentos representavam quase 10% da receita total da farmacêutica.

No entanto, a Merck afirmou que sua política de reconhecimento de receita está dentro das normas e que aqueles pagamentos nunca foram contabilizados, portanto, não surtiram efeitos no lucro líquido da companhia. O Wall Street Journal ressaltou que não há indicações que os órgãos reguladores tiveram problemas com a contabilidade da Merck ou da Medco.

A Medco é a segunda maior administradora de benefícios farmacêuticos nos Estados Unidos, com 65 milhões de membros. No ano passado, a empresa teve faturamento de US$ 29,69 bilhões, o equivalente a 59% do faturamento da Merck no período (US$ 50,69 bilhões).

O mercado internacional reagiu com nervosismo ao escândalo. As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt fecharam queda, mas Wall Street reagiu de forma mais drástica às notícias. A bolsa eletrônica Nasdaq encerrou o pregão em queda de 2,95%, enquanto o índice Dow Jones registrou perdas de 1,12%.

As irregularidades no faturamento da subsidiária da Merck são mais um episódio de uma série de escândalos na contabilidade de grandes empresas americanas. Já foram constatados problemas na Xerox, WorldCom e na gigante de energia Enron.