Sob o olhar atento de iraquianos e membros da coalizão, os soldados norte-americanos desmontaram, com a ajuda de uma grua, a estátua de bronze de sete toneladas, que representava Saddam Hussein vestido de uniforme e com o tradicional turbante árabe.

Quatro bustos do ex-ditador iraquiano de tamanho idêntico se encontravam nas esquinas do grande palácio presidencial, transformado em quartel-general da coalizão.

"Vi estes bustos durante seis meses, e estou feliz em ver um deles desmontado", comentou o administrador civil americano no Iraque, Paul Bremer, que assistiu à ação.

"Estas estátuas nos lembram a megalomania do Saddam Hussein, e já estamos cheios dela", acrescentou.

O coronel americano Paul Aswell informou que o busto desmontado nesta terça-feira será destruído. Os três outros, colocados no palácio em 1996, também serão desmontados nos próximos dias.

A mesma empresa iraquiana será encarregada da destruição dos outros quatro bustos, mas seu nome é mantido em segredo para evitar represálias de partidários do ex-ditador.

A coalizão reconheceu ter infringido suas próprias leis ao tolerar a presença destes bustos até hoje. Em junho passado, a coalizão publicou um decreto destinado a livrar o Iraque do partido Baath, que dominou o Iraque durante 30 anos.

"De fato, as estátuas são ilegais. Em virtude das regras sobre a extinção do partido Baath, elas deveriam ter sido destruídas antes", declarou o porta-voz da coalizão Charles Heatly.

A maioria das estátuas e monumentos dedicados à glória de Saddam Hussein foram destruídos ou desmontados, muitas vezes pelos próprios iraquianos, nos momentos de euforia e desordem que seguiram a queda de Bagdá, no dia 9 de abril passado.