O intuito do produto é inovar: uma scooter elétrica, com preços entre R$ 3,6 mil e R$ 4,5 mil, para uso diário. A fabricação é feita na China e a montagem em sistema CKD, em São Bernardo. Para concretizar a idéia, a Motor-Z, empresa do grupo brasileiro Zeppini, precisou investir mais de US$ 2 milhões durante dois anos, entre pesquisa, logística, produção e instalação de fábrica e linha.

“A instalação na China não é uma joint venture, foi um acordo com fabricantes chineses. Financeiramente, fazer o negócio lá ficou mais viável. A montadora fica em São Bernardo, onde já tínhamos um terreno”, afirmou, nesta segunda-feira, o diretor executivo da Motor-Z, Paulo Fernandez, durante evento de lançamento dos modelos de scooter S500, V500 e S800.

A previsão do grupo é atingir, em médio prazo, a produção de 2 mil unidades por mês. Com tal crescimento, os pontos de vendas passariam de 12 revendedoras para 120 até o final do ano.

Segundo Fernandez, a Motor-Z não será uma oportunista no mercado de motocicletas. “Daremos todo suporte de fornecimento de peças e manutenção para os clientes. Inclusive, algumas peças são fabricadas no Brasil e pretendemos aumentar ainda mais a nacionalização dos componentes”, observou. Segundo ele, há interesse da empresa em exportar para a Venezuela, Colômbia e Caribe.

Além disso, o grupo pretende investir na produção de motocicletas a gasolina, o que pode acontecer ainda este ano. “A Motor-Z enxergou a energia elétrica como uma cadeia nova de negócios a ser desenvolvida, mas não a única”, contou o diretor.

Impostos - Paulo Fernandez reclama que não há redução de tributos para veículos elétricos. “Pagamos os 35% de IPI e o consumidor de algumas regiões do Brasil pagam o IPVA”.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, Antonio Nunes Jr., a entidade já realiza estudos com propostas de redução desses impostos. “Inclusive é do interesse das próprias hidrelétricas. A Fiat, por exemplo, já desenvolve o Palio elétrico com Itaipu”, diz Nunes.