O relatório da FAO, intitulado "Cultivos alimentares e Escassez de Alimentos", indica que a região do Sub-Sahara, na África, é a mais afetada, com 16 países vítimas de emergências alimentares provocadas em boa parte por causas naturais ou conflitos civis.

Na América, os quatro países mais atingidos são Haiti, por problemas econômicos estruturais, Honduras e Nicarágua, por seqüelas do mau tempo, e El Salvador, devido aos terremotos que devastaram em janeiro e fevereiro o país centro-americano, informa a FAO.

"Na América Central, a produção de alimentos e seu comércio em 2001 de El Salvador acusarão os efeitos dos danos à infra-estrutura provocados pelos terremotos que sacudiram o país no início de janeiro e meados de fevereiro. Na América do Sul, a colheita do trigo terminou e as perspectivas para as plantações de cereais secundários no campo são favoráveis", precisou o relatório.

Apesar de as condições climáticas terem melhorado nos últimos tempos, afirma a FAO, os efeitos da seca na África Oriental se sentem ainda na Etiópia, Eritréia, Quênia, Sudão e Tanzânia, onde órgãos de socorro internacional prosseguem fornecendo ajuda alimentar de emergência a 18 milhões de pessoas.

Na Ásia, Afeganistão enfrenta uma grave crise de alimentos, causada pelos incessantes conflitos civis e pelas secas consecutivas e os rigorosos invernos.

Segundo o documento, "na Mongólia, outro inverno extremamente frio causou a morte de um grande número de cabeças de gado, piorando a segurança alimentar dos pastores nômades que já haviam perdido milhões de animais no ano passado".

A situação dos abastecimentos alimentares continua sendo difícil na Coréia do Norte, Armênia, Geórgia e Tadjiquistão, que enfrentam problemas de abastecimentos de alimentos por causa da seca do ano passado, acrescenta o informe.

No total 11 países na Ásia estão tendo problemas de fome, segundo o relatório.

Nos Estados Unidos o forte inverno reduziu o rendimento das plantações. Os cálculos oficiais indicam que a superfície semeada com trigo de inverno reduziu 5% desde o ano passado, o nível mais baixo desde 1971.

O relatório "Cultivos Alimentares e Escassez de Alimentos" afirma que a superfície de trigo de inverno semeada na Comunidade Européia vai diminuir ligeiramente "devido de alguma forma ao mau tempo do passado outono".

Na Rússia, os refugiados da Chechênia e das repúblicas limítrofes continuam precisando de ajuda alimentar.