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Corredor secreto é reaberto no Vaticano
Do Diário do Grande ABC
12/11/1999 | 13:07
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O chamado ``Passetto', o corredor secreto que une o Vaticano ao Castelo de Santo Angelo, construído no século XIII para proteger os papas, foi oficialmente aberto, esta quinta-feira.

Construído dentro da muralha que une o Castelo de Santo Angelo, ao lado direito do Tíber e em território italiano, com o Vaticano, o corredor estava fechado ao público e foi aberto em poucas ocasioes.

O corredor foi atravessado pela última vez em 22 de setembro de 1870, quando o papa Pio IX o percorreu para protestar simbolicamente pela transformaçao da Cidade Eterna na capital do Reino Unido da Itália, após a tomada dois dias antes da cidade por parte das tropas de Piemonte.

A propriedade do corredor foi por muitos anos incerta e motivo de confrontos e nao foi esclarecida pelos acordos de Latrao, assinados em 1929 entre Itália e a Santa Sé.

Em 1991, um acordo foi finalmente assinado entre o Vaticano e a Itália, no qual se atribuiu a propriedade de cerca de cem metros de muralha à Itália.

Em um setor da muralha que passava pelo Vaticano, o papa Joao XXIII mandou construir, nos anos 60, um elevador para que os prelados que trabalhavam no Vaticano pudessem ter acesso às sedes das congregaçoes, em frente à Praça de Sao Pedro, sem passar por território italiano.

Cinqüenta pessoas foram convidadas, junto com um grupo de jornalistas, a percorrer o ``Passetto' (que está sendo restaurado com um custo de 8 bilhoes de liras/quatro milhoes de dólares) a partir do Castelo de Santo Angelo.

A passagem de 600 metros, a 25 metros de altura, que está em parte coberto, passa por cima das ruelas do pitoresco bairro de Borgo Pio, onde podem ser vistas inscriçoes de todos os séculos, deixadas por mercenários a serviço do papa.

As marcas deixadas pelos ataques aos palácios apostólicos, durante o saque de Roma, em 1527, ainda sao visíveis. Na histórica batalha, 147 guardas suíços deram a vida para proteger o papa Clemente VII, que havia se refugiado no Castelo de Santo Angelo. O monsenhor espanhol Pedro Lopez Quintana, assessor da secretaria de Estado, e o chefe da Guarda Suíça, Theodor Elmar Mader, receberam os convidados, entre eles o diretor do museu do Castelo, Ruggero Pentrella, que foi escoltado por um coronel do exército italiano, encarregado do forte do Castelo, ainda considerado uma fortaleza militar.

Os dois militares trocaram idéias sobre uma eventual exposiçao das relíquias da Guarda Suíça no Castelo de Santo Angelo durante o Jubileu do ano 2000.

Os convidados atravessaram o quartel da Guarda Suíça, onde termina o corredor, para depois chegarem à capela recém-restaurada do corpo armado do Vaticano.

Para comemorar o evento, um ``brinde pela amizade' foi oferecido diante da janela do apartamento do Papa.




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