Quem quer fazer graduação ou doutorado no Exterior com tudo pago terá uma chance a partir de agora. No dia 13 de dezembro, o Governo lançou o programa CsF (Ciências Sem Fronteiras) para que profissionais e estudantes de ciência e tecnologia - setores que estão carentes de profissionais qualificados - possam estudar nas melhores escolas do mundo.

Universidade de San Diego, Universidade Berkely, da Califórnia, Universidade de Boston e Universidade de Illinois são alguns exemplos. "As áreas de engenharia, tecnologia da informação e ciências da computação estão precisando de um fluxo maior de profissionais. Por isso, a nossa previsão é oferecer mais de 12 mil bolsas até o fim de 2012", comenta o coordenador do Grupo de Trabalho do Programa CsF na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Geraldo Nunes.

Para dar o pontapé inicial no programa, em agosto foi lançado projeto piloto para interessados em fazer graduação nos Estados Unidos. Foram 7.462 inscritos e, desse total, 536 já estão em solo-norte-americano. A previsão é que mais 1.000 pessoas sigam para lá nos meses de março e junho. (veja as inscrições que ainda podem ser feitas na tabela ao lado).

De acordo com Nunes, até 2015 serão oferecidas 75 mil bolsas pelo governo brasileiro, e mais 26 mil pela iniciativa privada. A estimativa é que sejam investidos em torno de R$ 5 bilhões durante todo o programa, que tem previsão para acabar em três anos. "Além do desenvolvimento das habilidades linguísticas, existe a convivência com sistema universitário de alto nível. É a preparação para trabalhar com empresas do Brasil, mas que são internacionalizadas."

COMO PARTICIPAR - Existem seis modalidades de bolsas no Exterior: graduação, tecnólogo, treinamento no Exterior, doutorado sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado. Para tentar uma delas é necessário fazer inscrição no site do programa www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf ou entrar em contato com o coordenador do programa na instituição onde o aluno estuda.

Os interessados por vagas para tecnólogo e graduação precisam avisar a instituição de ensino sobre sua inscrição, já que é necessária a homologação da escola para que a candidatura seja enviada ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e à Capes, que são responsáveis pelo programa.

Não existe prova específica para selecionar os bolsistas, mas há pré-requisitos. O CNPq faz a seleção final dos alunos e, no processo, são levados em conta, por exemplo, o desempenho acadêmico do estudante e suas notas do ENEM.

Quem se inscrever para o doutorado pode escolher a instituição em que deseja estudar, mas é necessário que a universidade aceite sua proposta (que inclui, por exemplo, o curso que deseja fazer e a razão da escolha), que também deve ser enviada ao CNPq e à Capes.

CUSTOS - O governo e as empresas arcam com todas as despesas para que o brasileiro estude em outro país - como seguro- saúde, instalação e alimentação. "Na graduação, que demora em torno de um ano para ser concluída, o gasto com um aluno chega a US$ 50 mil, mas depende do tipo de bolsa", comenta Nunes. O período do curso pode variar entre 12 e 15 meses.

Quem ganhar a bolsa de para a graduação também terá acesso a curso de idiomas para aperfeiçoar a língua do país onde está. As aulas serão feitas em paralelo ao curso da universidade. No doutorado, o profissional que não souber o idioma e quiser aperfeiçoá-lo terá de pagar com o próprio dinheiro.

RETENÇÃO - O objetivo do programa é formar profissionais para suprir a escassez da mão de obra interna. Portanto, o programa tem formas de reter o pessoal no Brasil, após o término dos estudos. No caso da graduação, que tem como um dos quesitos ter concluído 40% do curso de graduação em instituição brasileira, os profissionais precisam voltar ao Brasil para terminar o Ensino Superior. No caso do doutorado, o profissional que ficar no Exterior para trabalhar terá de restituir o dinheiro aos cofres públicos.