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Governo deve divulgar mudanças no 'corralito' nesta semana
Do Diário OnLine
14/01/2002 | 19:21
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A equipe econômica do governo argentino estuda a possibilidade de flexibilizar mais o 'corralito', apelido dado às restrições de movimentações bancárias. Segundo o vice-ministro da Economia, Jorge Todesca, seria permitida a retirada em pesos dos depósitos bancários a prazo fixo com fins específicos. "A idéia é dar maior disponibilidade para as transações", disse o Todesca. O anúncio deve sair entre terça (dia 15) e quarta-feira (16).

"Estamos conscientes de que isto (o 'corralito') produz uma forte trava ao sistema de transações na economia", afirmou nesta segunda-feira Todesca. O vice-ministro advertiu que há riscos de os argentinos perderem dinheiro se o plano de restrições à movimentação bancária falhar. Segundo Todesca, o governo trabalha para evitar que os correntistas "percam definitivamente suas economias".

Sobre a missão técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) que chegou ao país nesta segunda-feira, Todesca afirmou que a instituição quer analisar as questões ligadas ao sistema financeiro do país, colhendo informações sobre situação da economia após a desvalorização do peso. "É um tema complexo (a situação do sistema financeiro), no qual vale a pena ter a opinião de pessoas que viram muitos casos no mundo", disse Todesca. Ele revelou que uma equipe do Banco Mundial (Bird) vem com a mesma intenção.

O vice-ministro disse que o governo está pleiteando junto às duas instituições a importância de se ter uma visão simultânea do que está ocorrendo na Argentina desde o início das novas medidas, "para ir construindo consensos" desde cedo.

Apesar das informações de que o fundo não foi à Argentina negociar um novo empréstimo, Todesca afirmou que um outro acordo financeiro pode ser fechado dentro de um mês. O Fundo estaria exigindo um plano consistente ao país para poder liberar seus empréstimos.

O governo peronista de Eduardo Duhalde, que assumiu há menos de duas semanas, disse que necessitava de ajuda financeira externa de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões para reconstruir a economia, em recessão desde 1998.

A Argentina atravessa uma situação econômica e social crítica, com uma economia que não cresce desde 1998. Isso fez com que o país perdesse, em 2001, um quarto de seus depósitos bancários. Para evitar o colapso do sistema, o então presidente Fernando de La Rúa limitou os saques bancários em dezembro passado. Após uma reformulação no 'corralito' feita por Duhalde, a população só terá acesso a todo o dinheiro depositado nos bancos em 2003.

Além das medidas impopulares, o governo sofre com a falta de apoio do FMI. O fundo não se mostrou satisfeito com as mudanças cambiais. Neste fim de semana, a subdiretora-gerente do FMI, Anne Krueger, afirmou que a medida é insustentável no médio prazo e que era preferível somente um câmbio flutuante.




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