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Fome no Afeganistão pode piorar, segundo a FAO
Das Agências
20/09/2001 | 16:10
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A grave crise alimentar sofrida pelo Afeganistão, causada pela seca prolongada e a guerra civil, poderá piorar se forem materializadas as ameaças de uma intervenção militar, estimou nesta quinta-feira a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). Em informe, a entidade das Nações Unidas adverte sobre as "extremas e duras condições" em que vivem as populações deslocadas.

Para os especialistas da FAO, os movimentos de populações para o exterior poderiam agravar a economia dos países vizinhos, em especial do Paquistão e do Irã, que já acolhem 3 milhões e meio de refugiados afegãos e que se vêm afetados também por uma seca prolongada e fortes inundações.

"Segundo estimativas recentes, 6 milhões de pessoas podem passar fome no território afegão, o que significa quase um quarto da população", afirmou a FAO. A entidade calcula que nos próximos meses, o número de pessoas deslocadas internamente poderá chegar à cifra de um milhão.

A organização teme que a evacuação do território afegão do pessoal das agências internacionais de ajuda afete a segurança alimentar de um grande número de pessoas, que dependem de seus fornecimentos. "É muito provável que as operações de ajuda de emergência sofram interrupções", destacou a FAO.

O fechamento das fronteiras com os países vizinhos, com os quais o Afeganistão realiza grande parte de suas atividades comerciais, dada sua posição geográfica interna, e a falta de empresas de transporte dispostas a circular pelo Afeganistão, poderia prejudicar seriamente as atividades comerciais e a distribuição de alimentos, segundo a FAO.

"Com a fome ameaçando milhões de pessoas, a questão de como salvar vidas humanas será um sério desafio para a comunidade internacional nos próximos meses", advertiu a FAO.




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