Gomes foi o primeiro a depor ontem na CPI. Ele confirmou o depoimento que prestou no início do mês na polícia, quando revelou que chegou a recolher propinas em cerca de 20 bancas de jornais irregulares para o fiscal Milton Figueiredo da Silva, acusado de participar do esquema.
O pedido de proteçao ocorreu logo após Gomes responder a perguntas sobre Rocha, também suspeito de corrupçao, que ele disse ser inimigo do vereador Vicente Viscome (suspenso do PPB). Estimulado a dizer o nome do padrinho, Gomes disse que correria risco de vida se o fizesse. "Era Paulo Salim Maluf?", insistiu o presidente da CPI, vereador José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP). "Sim. Foi o que eu ouvi falar", admitiu Gomes.
Cardozo solicitou escolta policial para levar Gomes para casa. Rocha está sob investigaçao especial do Ministério Público e da polícia por se dizer avô da suposta filha ilegítima de Maluf. A menina P. tem 8 anos e sua mae, Silvana, tinha 14 anos quando teria conhecido Maluf.
O ex-prefeito divulgou nota negando o fato. O que interessa aos investigadores, no caso, é a origem do dinheiro (US$ 50 mil) que Rocha recebeu de Calim Eid, assessor de Maluf, para comprar uma casa e ficar quieto e se o emprego na Regional da Penha, para onde foi nomeado pelo antigo secretário de Governo Edevaldo Alves da Silva, serviu também para comprar seu silêncio sobre a paternidade da neta.
Após o depoimento na CPI, na segunda-feira passada, Rocha prestou depoimentos também à polícia, que está rastreando o dinheiro e os cheques recebidos pelo ex-funcionário. A previsao da polícia é a de que as investigaçoes apresentem resultados já nesta semana.
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