O ano de 2003 mudou o rumo da família Sodré, e fez com que a matriarca Sônia, 60 anos, passasse de fabricante de casaquinhos infantis – o que fazia desde 1996 – e expositora da antiga Feira do Circuito das Malhas – entre 1998 a 2000 –, a organizadora da Feimi (Feira de Moda Inverno), que ocupou o lugar do antigo evento, realizado anualmente em São Bernardo, no Pavilhão Vera Cruz.

Durante os dez dias em que a feira é realizada, em junho, Sônia contabiliza faturamento que supera R$ 5 milhões, incluindo receitas diretas e indiretas de fabricantes, ao considerar que os negócios começam no evento e podem ser finalizados depois, com venda direta nas fábricas.

Sônia lembra que, em 1994, após engravidar de Raquel, depois de ter três filhos homens, ela ficou encantada com o universo infantil de meninas e começou a apostar nos casaquinhos, que passou a vender na feira, e assim foi gerando renda para sua família. Em 2001, quando soube que o evento não aconteceria mais, se reuniu com a família e decidiu comprar os direitos da feira com o objetivo de dar continuidade à iniciativa, importante não apenas para sua família, mas para muitas outras, avalia ela. “Muita gente usa a feira para alavancar negócios e conexões pessoais”, conta. À época, investiu R$ 400 mil para realizar o primeiro evento. Hoje, aporta R$ 950 mil.

Para fazer com que o negócio crescesse, ela estabeleceu parceria com o Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer ) para sempre ter um artista padrinho da campanha e, em troca, o valor de entrada da feira é repassado para a instituição.

Sonia levou o evento também à Capital e, a cada edição da Feimi, emprega 400 pessoas. “Esse número, porém, praticamente dobra se considerarmos a empregabilidade das fábricas durante a produção das peças”, explica a empreendedora, que hoje conta com Raquel, 24, ao seu lado na inspiração criativa do negócio.