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Aumentam fraudes durante assinaturas para celulares
Do Diário do Grande ABC
29/06/2000 | 21:50
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Fraudes sao a maior causa de perda de receita das empresas operadoras de telefonia celular no Brasil. Nao há um levantamento oficial sobre o volume dos prejuízos causados por estes tipos de crimes, mas a estimativa do mercado é de que problemas como clonagem, assinaturas fraudulentas e aparelhos roubados afetem 5% do faturamento do setor ou seja, R$ 200 milhoes anuais.

No país, assim como no resto do mundo, está mudando o tipo de fraude mais recorrente. Até pouco tempo, eram mais comuns os casos de fraudes técnicas, como a clonagem de aparelhos, isto é, um celular "falso" efetuava ligaçoes que depois eram cobradas do verdadeiro dono da linha.

Atualmente, a maior dor-de-cabeça das empresas sao as fraudes nas assinaturas, quando o cliente fornece informaçoes falsas sobre si mesmo. Um levantamento feito nos Estados Unidos indicou que, em 1997, 70% das fraudes cometidas com celulares eram técnicas. No ano passado, o quadro mudou para 70% das fraudes serem cometidas no momento da assinatura no serviço.

Para enfrentar o problema, as operadoras contam com programas de computador que investigam os hábitos de uso do celular pelo assinante e seus dados pessoais. "No Brasil, aumentou muito o número de fraudes. Em parte, isso é devido ao aumento na base de clientes. Mas o que contribuiu mesmo para esse aumento nas fraudes foi o fato da forma de cometê-las ter ficado mais simples. Se antes elas envolviam conhecimentos técnicos, hoje as fraudes sao cometidas no momento da inscriçao", explicou Ascold Szymanskyj, diretor de desenvolvimento de negócios da subsidiária brasileira da Lightbridge, empresa especializada na criaçao de soluçoes anti-fraude.

No Brasil, a Lightbridge está oferecendo dois produtos para as operadoras de celular, o Fraudbuster e o Alias. O primeiro monitora os hábitos de uso do telefone e dá o alarme no caso de começarem a ser efetuadas ligaçoes para números e países que fogem à tendência de consumo do dono da linha.

O sistema verifica quando e onde as ligaçoes foram realizadas, além de levantar detalhes sobre o roaming e a rede utilizada. ``Isso nao significa que podemos ouvir as ligaçoes. O que sabemos é onde as ligaçoes sao feitas, a que horas e quanto tempo duram', disse Ascold.

Já o Alias verifica o cadastro dos clientes e as mudanças feitas por eles no mesmo, descobrindo endereços falsos e outros artifícios usados para evitar o recebimento e pagamento das contas.

Segundo Ascold, as operadoras normalmente levam de 60 a 90 dias para descobrir que as contas estao sendo enviadas para endereços inexistentes, a um custo de cerca de R$ 5 mil em perda de receita por cada assinatura falsa. "O uso dos programas reduz o tempo gasto na verificaçao e avaliaçao dos dados do cliente para identificar possíveis fraudadores e diminuir os custos operacionais das empresas", afirmou Ascold.

Só no ano passado, o sistema da Lightbridge processou 30 milhoes de inscriçoes em serviços celulares nos EUA, com 6% delas avaliadas como arriscadas para as operadoras. No Brasil, este sistema de verificaçao está sendo testado pela CTBC Telecom, operadora de celular que atua na regiao do Triângulo Mineiro e que já utiliza o Fraudbuster, também comprado pela Global Telecom (Paraná e Santa Catarina) e pela Telet (Rio Grande do Sul).




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