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Preço da energia é inviável para o consumidor
Do Diário do Grande ABC
12/03/2000 | 21:46
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A energia gerada por usinas termelétricas pode se tornar uma energia cara para o consumidor. O valor normativo de R$ 57,20 MW/h fixado em agosto do ano passado como o máximo a ser repassado ao consumidor já estaria ultrapassado e também prejudicaria o financiamento das usinas.

``O valor de R$ 57 MW/h era factível para o preço do gás à época em que foi fixado. Hoje, com a cesta de óleos e o barril de petróleo acima de US$ 30, nao é mais viável', garante o diretor da Usina Termelétrica do Norte Fluminense, Antônio Rocha.

O físico Luiz Pinguelli Rosa, professor de Planejamento Energético da Coppe-UFRJ, tem levado aos seminários de que participa uma equaçao em que procura provar que o custo de geraçao de energia a gás natural é superior ao valor normativo, o que inviabilizaria o investimento nas usinas que o governo propoe. Pinguelli parte do preço do gás, fixado em US$ 2,3 por milhao de BTUs, que convertido para MW/h daria algo em torno de US$ 23, aproximadamente R$ 46. Este valor, acrescido de R$ 20 a R$ 30 do componente de custo de geraçao devido ao investimento, operaçao e manutençao, chegaria a R$ 66 a R$ 76 MW/h. Com esse montante, a tarifa necessária para remunerar o investimento precisaria estar acima do valor de referência da Aneel.

``O governo vai ter que buscar recursos ou dar subsídios para viabilizar a construçao das usinas', afirma Pinguelli. ``Para os investidores, acaba o risco. A Eletrobrás virou a socializadora do prejuízo. Se houver prejuízo, será público.'

O secretário de Energia do Ministério das Minas e Energia, Benedito Carraro, diz que o valor normativo hoje nao seria mais de R$ 57 MW/h, pois existe uma fórmula de reajustá-lo que leva em conta o IGP-M (Indice Geral de Preços do Mercado), o custo do gás no custo total de produçao e a variaçao cambial. Para Carraro, nao existem mais complicadores para o programa de termelétricas, pois as formas de financiamento estao regularizadas oficialmente e foram assinados termos de responsabilidade pelas empresas que investirao nas 49 usinas. ``Quem nao cumprir os prazos vai perder as vantagens referentes ao fornecimento de gás, financiamento e repasse de tarifas, que só valem para as usinas que entrarem em operaçao até o fim de 2003.'




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