Três das principais montadoras de veículos do Grande ABC vivem situações diferenciadas em razão do momento econômico que atravessam. Volkswagen, GM e Ford, símbolos do crescimento e desenvolvimento da região, estão em marchas distintas e, hoje, têm importantes definições para saber se aceleram e avançam, freiam ou estacionam de vez.

A Volks vai dar férias para 4.500 de seus 9.100 trabalhadores. A razão, entretanto, é promissora. A empresa de origem alemã vai preparar parte de sua planta, instalada na Via Anchieta, para a produção de outro modelo. A unidade, que atualmente fabrica o Saveiro, novo Polo e Virtus, ganhará um quarto veículo. Ou seja, em comparação ao trânsito, pisará no freio para depois seguir em frente com aceleração ainda mais forte, pois deverá atingir a produção máxima de 1.100 veículos por dia.

A GM, instalada em São Caetano, ameaçou sair de cena. Alegou lucros escassos para justificar a possível decisão de deixar o País. Manteve-se em marcha lenta desde o início do ano. Quis romper acordo firmado com os metalúrgicos e também exigiu incentivos. Negociou com o governo estadual e com a Prefeitura. Hoje, junto com o governador João Doria, seus executivos deverão anunciar investimentos, inclusive para a planta local. Além disso, mais tarde, o prefeito José Auricchio Júnior detalhará pacote de benefícios voltados a manter a manufatura na cidade.

Mais complicada está a Ford, também tradicional na região. A companhia norte-americana está parada desde que seus administradores anunciaram o encerramento da fabricação de veículos em São Bernardo. Depois de inúmeras tentativas, sindicato, trabalhadores e demais envolvidos parecem ter percebido que nem mesmo no tranco será possível recolocá-la em marcha. Mais sensato será minimizar os danos que vão ser gerados.

Assim, hoje os funcionários deverão decidir pelo retorno ao trabalho. Objetivo é tornar a empresa o mais apresentável possível, para que, dessa forma, chame atenção de algum comprador.