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Invasão de máquinas chinesas cresce no País
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
31/03/2011 | 07:07
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Os fabricantes brasileiros de máquinas e equipamentos seguem perdendo espaço para os produtos importados, principalmente da China.

No primeiro bimestre, a importação de maquinários somou US$ 4,1 bilhões, montante 30,6% maior do que o registrado no mesmo período de 2010, de acordo com dados divulgados ontem pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Apenas as compras de itens chineses tiveram crescimento de 63% no período.

Por sua vez, as encomendas do setor brasileiro ao mercado internacional reagiram, com alta de 61%. Mesmo assim, totalizaram apenas US$ 1,66 bilhão nos dois primeiros meses de 2011. Com isso, o deficit comercial (diferença entre exportações e importações) chega a US$ 2,4 bilhões neste ano.

Em meio ao cenário de invasão de produtos asiáticos, o segmento deve fechar 2011 com saldo comercial negativo de US$ 30 bilhões, quase o dobro do registrado em 2010 (US$ 15,7 bilhões), de acordo com estimativa da associação.

As fabricantes, aos poucos, estão recuperando os níveis de faturamento e os empregos de antes da crise de crédito global. Em fevereiro, o setor nacional registrou R$ 5,81 bilhões em vendas, o que significou aumento de 11,8% frente ao mesmo mês de 2010. No entanto, o valor ainda está 7% abaixo do alcançado em igual período de 2008.

Em relação aos postos de trabalho, as companhias do segmento já superaram o patamar pré-crise. No mês passado, somaram 253 mil vagas, 0,7% mais que em janeiro.

Apesar da melhora nos resultados, muitas empresas do segmento estão deixando de produzir no Brasil, passando a se tornar meras importadoras, por causa da taxa cambial desfavorável e das condições desiguais (juros elevados, falta de incentivos etc) em relação aos produtos de outros países, assinala o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto.

A associação reivindica do governo medidas como a criação de barreiras técnicas para proteger a indústria nacional, a desoneração de investimentos e a permanência ininterrupta do PSI-Finame (Programa de Sustentação do Investimento) da linha de Financiamento de Máquinas e Equipamentos, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

Para o vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Donizete Duarte da Silva, que é empresário do ramo de maquinários, é importante que sejam tomadas providências para melhorar a competitividade do produto brasileiro. "Há empresas comprando produto do Exterior e carimbando made in Brazil, deixando de ser industriais para serem importadores", afirma.

A questão, segundo ele, se agrava com a guerra fiscal praticada atualmente por diversos Estados, que estão dando isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para mercadorias importadas.




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