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Força-tarefa pede à Ford que suspenda a decisão de fechar

Ministério Público do Trabalho, Prefeitura e sindicato querem que fabricante reveja posição enquanto se busca solução para a crise

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
01/03/2019 | 07:32
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O MPT (Ministério Público do Trabalho), a Prefeitura de São Bernardo e o SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) solicitaram a suspensão do anúncio da Ford sobre o fechamento da fábrica da região. O anúncio foi feito após reunião com advogados da empresa, ontem, quando a força-tarefa que trabalha pela manutenção da fábrica em São Bernardo pediu também a formação de comitê para acompanhar a situação.

Segundo a procuradora do Trabalho Sofia Vilela, o objetivo do procedimento de mediação, que inicialmente é feito de forma extrajudicial, é impedir a interrupção das atividades da planta, que emprega 2.800 funcionários, por meio do diálogo. “O Ministério Público do Trabalho vai acompanhar todo o procedimento e concorda com a perspectiva de buscar a manutenção da empresa no município. Isso significa manter os empregos diretos e também os indiretos, por meio de toda uma rede de fornecedores locais e comerciantes. A perspectiva é que a gente consiga avançar nessa negociação”, disse.

“Foi feita solicitação para abrir canal de diálogo e avançar nessa negociação, para evitar o fechamento da fábrica de São Bernardo”, comentou o procurador Ricardo Ballarini. De acordo com o prefeito Orlando Morando (PSDB), o entendimento da administração municipal é o de que o cancelamento do anúncio precisa ser imediato. “Isso causou impactos colaterais no desenvolvimento econômico e crescimento, além de afetar a estabilidade do município.”

Morando também destacou que a decisão da reunião da semana passada com o governador João Doria (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, quando foi anunciada a busca de compradores para a planta, é outra possibilidade para a permanência da empresa, mas que a Prefeitura continuará a buscar alternativas para manter os empregos na cidade,

“Entendemos que esse cancelamento (da decisão de fechar) tem que ser imediato, porque foi feito de forma desastrosa. Além disso, pedimos a criação de comitê, com a Prefeitura, o MPT, o sindicato e a Ford para que possamos construir alternativa. Se nesse meio-tempo surgir possibilidade de compra, é uma relação comercial entre entes privados, mas o poder público pode apoiar.” Segundo ele, a Prefeitura está disposta ao diálogo para garantir os empregos, mas diz que qualquer outra possibilidade não está sendo tratada no âmbito do município.

Conforme a ata da reunião, os representantes do departamento jurídico da Ford alegaram que a fábrica deve funcionar durante todo este ano, sujeita às condições de mercado. Também foi destacado que a intenção da empresa é iniciar diálogo com o sindicato dos metalúrgicos.

O presidente da entidade, Wagner Santana, o Wagnão, afirmou que nenhum acordo deve ser discutido. “No nosso entendimento, essa decisão (do fechamento) ainda pode ser revertida. O sindicato só aceita a discussão depois de terem sido esgotadas todas as possibilidades para manter a empresa aqui”, afirmou.

A montadora destacou que, apesar de terem surgido interessados na mídia, como a Caoa, que confirmou querer negociar a aquisição da planta, ainda não há nenhuma proposta oficial. A próxima reunião será realizada no dia 14, e foi solicitada a participação da diretoria de recursos humanos e de relações governamentais da empresa.
 




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