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Do total de falências, 51% são do setor da indústria

Do total de falências, 51% são do setor da indústria

Yara Ferraz
do
28/02/2019 | 07:30
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A maioria das empresas que decretaram falência entre os anos de 2015 e 2017 no Grande ABC é proveniente do setor industrial. Do total de 112 firmas que passaram pelo processo na região durante os três anos, 51% são indústrias – 57 – sendo que 29 são metalúrgicas.

Os dados são da carta de conjuntura da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e foram divulgados ontem, em reunião do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura). Para se ter uma noção do peso do setor industrial, o comércio, que configura no segundo lugar, registrou 28 falências durante o período. Em seguida, aparecem os serviços com 26.

Ou seja, somente o número das indústrias metalúrgicas supera o total dos demais setores. O economista e professor coordenador do Conjuscs, Jefferson José da Conceição, responsável pelo levantamento, apontou que isso acontece por conta do peso do setor automotivo na região, que consequentemente movimenta toda uma cadeia.
“A indústria automotiva representa entre 27% e 30% do PIB (Produto Interno Bruto). Ela tem uma cadeia fornecedora nos ramos metalúrgico, plástico, borracha, químico e petroquímico, então a crise no setor leva a uma crise em série”, afirmou.

Segundo da Conceição, o fechamento da Ford, em São Bernardo, pode agravar a situação. “Você vai ter um impacto de demanda de fornecedores muito grande. O primeiro nível de onda vai ser no Grande ABC, mas vai chegar em todo o Brasil”, analisou. Segundo o professor, o assunto será alvo de análise do observatório.

Durante o período, o número de empresas que faliram na região aumentou 42%, passando de 33 em 2015 para 47 em 2017. Em 2016, foram 32.

Percentualmente, a maior alta foi nos serviços, que saltaram de três falências em 2015 para 18 em 2017 (aumento de 500%).

“Os setores de serviços e comércios vão passar por mudanças nos próximos anos. Existe essa preocupação com empregos e estabelecimentos, porque há novas formas de prestação de serviços e segmentos que vão ter reflexos na falência sim, se não tivermos políticas públicas e privadas direcionadas”, declarou. 




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