Professor da USCS defende terminal aéreo em S.Bernardo e cita oito possíveis terrenos
Seis meses depois de garantir ser viável a instalação de um aeroporto no Grande ABC, o Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura), da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), detalhou que há oito endereços, todos em São Bernardo, capazes de acolher um terminal aéreo na região.
Dois ficam em áreas residenciais, no Jardim das Orquídeas e no bairro Battistini. Outro está situado no Jardim Nova Canaã, já próximo à Represa Billings. E cinco estão em zona de proteção e recuperação de manancial, na região do bairro dos Finco e do Taquacetuba.
Segundo o professor Volney Gouveia, gestor do curso de ciências aeronáuticas da USCS e autor do estudo, São Bernardo foi escolhida pela localização e pelo fato de três rodovias cortarem o município: Via Anchieta, Rodovia dos Imigrantes e Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. Não à toa, todas as oito áreas sugeridas estão próximas de algum desses viários.
Gouveia também classificou, por nota, os locais onde melhor se desenvolveria um terminal aéreo. Os conceitos mais altos foram um terreno no Jardim das Orquídeas e um na beira da Estrada Galvão Bueno (no mapa ao lado, classificados como A). Na visão do professor, esses locais contam com boa possibilidade de desenvolvimento de áreas vizinhas, fácil acesso, disponibilidade de recursos como água e energia elétrica, além de proximidade de demanda – não só de voos comerciais, como de carga.
Na sequência aparecem os terrenos nos bairros mais afastados, já em zona de proteção e recuperação de manancial (no mapa, citados como C). Gouveia argumentou que pinçou espaços que não estão grafados como área exclusiva de manancial justamente para que, caso o aeroporto se instale no município, seja possível atrair empresas. Três dessas áreas estão na Estrada Taquacetuba, uma nas proximidades do bairro Curucutu e a quinta no bairro dos Finco. Essas localidades contam com baixo adensamento populacional, o que aumenta a chance de expansão futura do terminal. Por outro lado, o afastamento da área urbana é entrave.
O terreno com menor conceito está no Jardim Nova Canaã, à beira do Rodoanel (classificado como B no mapa).
Segundo o docente, foram levados em consideração critérios como condição meteorológica, acessibilidade, economia local, perfil da população da região, proximidade com mercados e demanda. “A área urbana de São Bernardo se mostrou mais favorável”, citou.
Gouveia também relatou que, antes de levar adiante estudo sobre viabilidade de instalação de aeroporto no Grande ABC, analisou o processo de construção de Viracopos, em Campinas. Ele argumentou que os mesmos questionamentos que hoje são feitos a respeito de um terminal na região foram amplamente debatidos em 1960, quando foi inaugurado. E que as críticas foram sanadas e hoje Viracopos se tornou importante aeroporto no Estado.
“Um aeroporto em São Bernardo se constituirá em alavanca para melhoria da qualidade de vida de seus habitantes, gerando oportunidades de trabalho e renda, e garantia de melhores condições econômicas e políticas ao município”, concluiu Gouveia, em seu estudo.
PROJETOS
No Grande ABC, duas propostas de construção de aeroporto foram debatidas. Uma em Mauá, na gestão de Leonel Damo (2005-2008). A área era próxima ao Estádio Municipal Pedro Benedetti, na Avenida Papa João XXIII. Outra em São Bernardo, pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT, 2009-2016). O espaço nunca foi revelado. O petista apenas disse que iria aproveitar as margens da Rodovia dos Imigrantes. Nenhum dos projetos avançou. (Colaborou Yara Ferraz)
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