Além da disputa na área de impostos, Santos está sofrendo a concorrência dos chamados portos secos - Estaçoes Aduaneiras do Interior (Eadis). As Eadis sao terminais de carga alfandegados que têm investido na oferta de serviços para as empresas e oferecem menores custos do que os terminais portuários para determinadas cargas. "Para atrair clientes, as Eadis estendem o prazo de pagamento ao máximo e oferecem pacotes de serviços logísticos para diminuir os custos dos clientes", disse. No Paraná, os portos secos de Maringá e Londrina têm atraído clientes que antes seguiam para os terminais portuários de Paranaguá e Santos.
Senna ressalta, entretanto, que apesar das vantagens oferecidas por outros portos, Santos ainda é o porto melhor estruturado do país, com embarcaçoes para todos os cantos do mundo, melhores instalaçoes e melhores equipamentos portuários. Por isso, ainda cobra taxas mais altas. Além disso, o preço do frete rodoviário pesa na hora de o empresário optar entre ficar em Santos ou utilizar um porto mais distante, porém mais barato. Muitas vezes, a opçao por Santos ainda é vantajosa.
Santos já teve grandes ganhos de produtividade, cerca de 175% entre 1996 e 1999 nos trechos do armazém 12A a 23, e queda de custos desde a privatizaçao. Um dos principais gargalos para a reduçao nos preços é o alto custo da mao-de-obra do porto, em razao das exigências do Orgao Gestor de Mao de Obra (Ogmo) para a contrataçao de trabalhadores avulsos. A operaçao de um contêiner, que pode ser feita por três pessoas em portos modernizados, em Santos é feita por até 60.
Um exemplo dos ganhos de Santos desde a privatizaçao foi a crescente modernizaçao do Terminal de Contêineres (Tecon) de Santos. Os custos em dólares para os clientes do Tecon caíram 30% na armazenagem e 50% na operaçao das cargas desde que a operadora privada assumiu o terminal, em outubro de 1997. O Tecon operava 11 contêineres por hora em 97 e atualmente consegue operar 33, o triplo da velocidade.
Antes da privatizaçao, os navios aguardavam em média 22 horas para atracar. Agora, a espera é de 1h50, em média. O custo de movimentaçao do contêiner no Tecon caiu de US$ 500 e US$ 600 em 95 para os atuais US$ 220 a US$ 250. Só de 1997 para cá, a reduçao foi de 35%. Mesmo com as melhorias, o custo está ainda alto em relaçao ao Porto de Buenos Aires ou outros portos do Brasil, que cobram US$ 150.
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