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Atila volta sem apoio popular, diz Leonel

Marido da prefeita em exercício de Mauá cita desgaste do socialista, solto na 6ª, após duas prisões

Junior Carvalho
do Diário do Grande ABC
18/02/2019 | 07:33
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Ex-prefeito de Mauá (1983-1988 e 2005-2008) e marido da prefeita interna Alaíde Damo (MDB), Leonel Damo acredita que Atila Jacomussi (PSB) retorna à cadeira de chefe do Paço sem apoio popular para governar devido a desgastes causados por conta das duas prisões. Ele evita defender com veemência a permanência da mulher no cargo, mas projeta um governo do socialista mais fragilizado.

Atila foi preso duas vezes pela PF (Polícia Federal), sendo a última encerrada na sexta-feira depois de liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). “Acho que mesmo ele voltando, vai ser muito difícil ele administrar porque a pessoa sai do poder (em decorrência da prisão) e depois volta. As pessoas ficam desacreditadas, principalmente aquelas que votaram nele”, avaliou Leonel, ao emendar que a cidade “precisa ter um prefeito firme”, em referência à instabilidade criada devido às investigações e às duas ocasiões em que o comando do Paço mauaense passou por mudanças. “Quem perde (com a saída de Alaíde) não é a minha mulher, mas a cidade de Mauá.”

Leonel também acredita que, com o retorno de Atila ao cargo, ficará mais difícil o socialista ser cassado. O prefeito eleito enfrenta dois processos de impeachment na Câmara. Um deles, inclusive, já tem data marcada para iniciar o julgamento: amanhã. “A minha opinião é que, em ele retornando, não vai ser julgado. O impeachment deveria ocorrer em um mês, mas já passou esse período”, analisou. Amanhã, a casa votará pelo prosseguimento ou não de uma das denúncias, que acusa o socialista de abandonar o posto por permanecer fora do cargo por mais de duas semanas sem aval do Legislativo, como determina a LOM (Lei Orgânica Municipal). A defesa do prefeito alega que a prisão preventiva é alheia à sua vontade e sustenta que, no caso de detenção, a legislação não prevê necessidade de autorização dos parlamentares.

Desde a primeira passagem de Alaíde pelo Paço, Leonel tenta se descolar da imagem da mulher, prega a independência da emedebista no cargo e diz que não interfere na gestão da matriarca da família. Na sexta, ao falar com o Diário, alegou que ainda nã o havia conversado com Alaíde sobre a soltura de Atila. “Como a decisão saiu à noite (de quinta-feira), quando a gente estava dormindo, não conseguimos conversar porque saí cedo de casa”, disse.

Do outro lado, Admir Jacomussi (PRP), vereador decano de Mauá e pai de Atila, desafiou Alaíde a não entregar o posto ao socialista devido às divergências jurídicas sobre o retorno do filho ao cargo. “Eu acredito que (a transição) deva ser tranquila. Agora, se caso dificultar (para entregar o cargo), quero ver ter peito para assinar alguma documento na Prefeitura numa situação dessa (de dúvidas). Se você estiver na dúvida se está ou não na posse do cargo de prefeito, você assinaria alguma coisa?”, disparou o parlamentar, que está em seu nono mandato.

Sem receio de explicitar o racha criado entre as famílias Damo e Jacomussi depois das prisões de Atila e as consequentes trocas no governo, Admir ainda compara a gestão da vice-prefeita eleita à do filho. “Esqueça que eu sou pai dele. Eu ando na rua e o povo é uma voz só: ‘Nós queremos o Atila de volta, estamos orando’. A população reconhece que o Atila é melhor que Alaíde por falta de experiência por parte dela. Não estou criticando ninguém nem desmerecendo. Mas também ela (Alaíde) adota uma linha mais radical e na política não é dessa forma.” 




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