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Experiências insólitas

Gêiseres do Tatio impressionam pela força com que a água termal é jorrada das rochas

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
14/02/2019 | 07:12
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Em plena madrugada, por volta de 4h30, já estávamos na estrada rumo à região do Tatio, onde estão os famosos gêiseres, fontes de água termal que entram em erupção e jorram das rochas vulcânicas com toda força – promovendo explosões que atingem até dez metros de altura – e calor, pois podem chegar a 85°C.

Apesar de a viagem causar um pouco de enjoo pelo fato de o caminho rumo aos 4.320 metros de altitude ser bastante sinuoso – mesmo atendendo à recomendação de evitar bebida alcoólica na noite anterior –, e de o sono bater forte, os olhos lutam para permanecer abertos e acompanhar mais uma paisagem singular conforme o dia vai dando as caras. É inesquecível a silhueta da cadeia de vulcões com o sol nascendo ao fundo.

Chamo a atenção a um vulcão que ainda não tinha notado, e comento com Alexandre Toledano, guia da Tolhuin Expeditions. “É o Putana, que ganhou esse nome porque havia muitas prostitutas na mineração de enxofre”, conta ele, já alertando ao forte cheiro que o mineral confere ao ambiente.

Os Géiseres de Tatio (Gêiseres do Tatio) – 10 mil pesos, ou R$ 55,20) são o terceiro maior conjunto geotermal do mundo, perdendo apenas para exemplares dos Estados Unidos e da Rússia. Há mais de 80 gêiseres ativos, o que lhe confere o título de maior campo do Hemisfério Sul. “Em quantidade, ele é maior que o da Islândia. Lá são em menor número, porém mais potentes. Tanto que eles usam energia geotérmica. Aqui houve tentativas, mas eles não conseguiram por falta de conhecimento da técnica e manuseio das máquinas”, contextualiza Alex.

Apesar do frio capaz de congelar qualquer ser humano, uma vez que os termômetros marcavam -6°C, o passeio, espetáculo da natureza, é fundamental no roteiro de quem vai ao Atacama. Os mais corajosos podem se banhar em piscina de água termal que há no local.

Na volta do passeio, é possível observar cactus imensos, que contêm em seu interior água alucinógena, como ayuasca. “Um amigo tomou e levou três dias para passar o efeito”, contou o guia. Fazemos parada no vilarejo de Machuca, fotogênico povoado indígena onde os turistas provam churrasco de lhama – o que não tive coragem. Então fomos tomar café da manhã na Parada das Vizcachas (espécie de coelho com rabo grande), recuo na estrada que guarda linda paisagem, e vista para o Licancabur, além da presença desses bichinhos.
 




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