Um relatório publicado nesta sexta-feira em Nova York revela que os Estados Unidos estão despreparados contra um eventual novo ataque terrorista. "Se a nação não agir com urgência para corrigir essa vulnerabilidade, o próximo ataque pode provocar muito mais vítimas e graves danos a nossas vidas e economia", adverte o estudo do conselho de relações exteriores (CFR).

O relatório foi redigido por um comitê de especialistas dirigido pelos ex-senadores Hart e Rudman e integrado também pelo ex-secretário de estado Warren Christopher, dois ex-chefes do estado-maior do exército americano, um ex-diretor da CIA e outro do FBI.

"A necessidade de melhorar o grau de preparo é ainda mais intensa devido à possibilidade de uma guerra com Iraque e pelo fato de que Saddam Hussein possa ameaçar os Estados Unidos com o uso de armas de destruição em massa", diz o informe.

Entre as graves carências destacadas no relatório se destaca o fato de que 650 mil agentes da polícia local e estatal "operaram em um virtual vazio de inteligência, sem acesso às listas (federais) de terroristas" e com a inadequada proteção de "infra-estruturas para refinar e distribuir energia" no país.

O pessoal de emergência "não está preparado para um ataque biológico ou químico", adverte o documento. "Seus rádios não podem se comunicar entre si, e carecem de treino e equipamento de proteção”.

O resultado "pode ser a desnecessária perda de milhares de vidas americanas".

Embora os EUA disponham de 50 mil funcionários federais que controlam o trânsito de passageiros nos aeroportos, "somente uma pequena porcentagem de containers, navios, caminhões e trens que entram nos Estados Unidos diariamente são sujeitos a controle e (em conseqüência) armas de destruição em massa podem muito bem ser ocultadas nessa carga", assinala o relatório.

Se isso acontecer "a resposta agora seria quase certamente fechar o sistema a um enorme custo para a economia dos Estados Unidos e de seus sócios comerciais".

O documento adverte também que "a falta de preparo dos Estados Unidos pode prejudicar seu próprio povo em maior grau do que qualquer ataque terrorista", acrescentando que "o risco de um dano às liberdades americanas e ao seu estilo de vida é maior durante e imediatamente depois de (experimentar) um trauma nacional".